No programa Agenda da Semana deste domingo (2), o secretário estadual de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação de Roraima, Márcio Grangeiro, discutiu as expectativas para a safra 2025, os desafios sanitários e os projetos de desenvolvimento agrícola no estado. Grangeiro, engenheiro agrônomo com vasta experiência na área, destacou os avanços na produção de grãos, cacau, café e piscicultura, além de abordar a importância da verticalização da produção para impulsionar a economia local.
Expectativas para a safra 2025
A safra 2025 em Roraima deve começar em abril, com o plantio de soja, milho, arroz e feijão. Grangeiro explicou que, ao contrário de outros estados brasileiros, Roraima consegue plantar e colher no mesmo ano devido à sua localização acima da linha do Equador.
“Nossa safra começa agora em abril, com muitos produtores iniciando o plantio”, afirmou.
A expectativa é que a área plantada de soja alcance 128 mil hectares, enquanto o milho deve se manter em torno de 16 a 17 mil hectares. O arroz, principalmente o irrigado, deve ocupar cerca de 13,5 mil hectares, e o feijão, cultivado em menor escala, deve repetir os 5 mil hectares da safra anterior.
O secretário destacou a importância do vazio sanitário, que ainda está em vigor para a soja, como medida de controle de pragas, especialmente a ferrugem asiática.
“Graças a Deus, a incidência da ferrugem asiática em Roraima é muito baixa, e não tivemos danos significativos ao processo produtivo”, disse Grangeiro.
Ele também alertou para outras pragas que afetam culturas como o cacau e a mandioca, como a monilíase e a vassoura-de-bruxa.
“Não podemos deixar essas pragas chegarem a Roraima, pois impactariam diretamente os pequenos agricultores e comunidades indígenas”, ressaltou.
Cacau e café
Roraima tem avançado na produção de cacau, com cerca de mil hectares cultivados, principalmente em sistemas agroflorestais.
“Trabalhamos em parceria, distribuindo sementes e oferecendo assistência técnica aos produtores”, explicou Grangeiro. Ele também mencionou o potencial do café, com produtores investindo em áreas irrigadas e tecnologias avançadas.
“Temos café sendo produzido em Pacaraima e na região de Cantá, com torrefação local e marcas como o Café Monte Roraima”, destacou.
O secretário enfatizou a importância da verticalização da produção, que agrega valor aos produtos e fortalece a economia local.
Piscicultura
A piscicultura é outro setor em crescimento, com destaque para a produção de tambaqui. Grangeiro citou o empresário Aniceto Wanderley, maior produtor de peixe redondo do país, que está implantando uma fábrica de beneficiamento de pescado em Roraima.
“Ele já tem sua própria indústria de ração e busca mercados para o tambaqui, que é nosso carro-chefe”, afirmou. O secretário ressaltou a importância da industrialização do pescado para agregar valor e abrir novos mercados.
“Em vez de exportar o peixe in natura, podemos processá-lo aqui, gerando mais empregos e renda para o estado”, disse.
Grangeiro destacou a importância da verticalização da produção agrícola, como a esmagadora de soja da Serra Verde, que deve começar a comercializar óleo de soja refinado e envasado no primeiro trimestre de 2024. “Isso é um grande avanço para Roraima, pois agregamos valor à nossa produção e reduzimos a dependência de outros estados”, afirmou.
Ele também mencionou o potencial do mel como produto de exportação. “O mel não precisa de refrigeração e tem uma vida útil longa, o que facilita a logística e a comercialização”, explicou.
Grangeiro destacou ainda a produção de abelhas rainhas, que já é uma atividade consolidada no estado.
O secretário reforçou o compromisso do governo estadual em fortalecer a agricultura e a agroindústria em Roraima. “Estamos trabalhando para transformar nossos produtos aqui mesmo, gerando emprego, renda e desenvolvimento para o estado”, concluiu.