Mulher organiza feijoada para realizar transplante renal em São Paulo

Zezé dos Santos não trabalha e conta com a ajuda de amigos da igreja para se manter. Despesas da viagem podem chegar a R$ 5 mil

Zezé dos Santos enfrenta problemas renais graves (Foto: Arquivo pessoal)
Zezé dos Santos enfrenta problemas renais graves (Foto: Arquivo pessoal)

A luta pela vida tem sido um desafio diário para Zezé dos Santos, de 59 anos. Acometida por problemas renais, a mulher organiza uma feijoada solidária para custear a viagem de Boa Vista para São Paulo, onde realizará um transplante de rins na rede pública. Esse procedimento não é feito em Roraima.

O evento será realizado no sábado (8), a partir das 11h30, na avenida Princesa Isabel, 2840, bairro Tancredo Neves, em Boa Vista. O prato custa R$ 20 e pode ser retirado ou consumido no local. Os interessados podem garantir o tíquete de forma antecipada pelo (95) 99172-3446.

Zezé diz que não tem condições financeiras para custear a viagem e a estadia em São Paulo, tanto que, no momento, conta com a ajuda de amigos da igreja para se manter. As despesas da viagem podem chegar a R$ 5 mil.

Além de clientes para a feijoada, ela pede doações em dinheiro para conseguir arrecadar o montante. “Hoje, não tenho planos ou projetos de vida. Estou vivendo um dia de cada vez”, diz Zezé, que completa 60 anos em 8 de junho e espera que, até lá, possa estar mais próxima de sua recuperação.

Entenda

Desde que sofreu um infarto em 2021, Zezé enfrenta complicações de saúde que se agravaram em 2023, quando ela contraiu a Covid-19. Hoje, seus rins funcionam apenas 10% e o coração, 40%. Além disso, ela é diabética e hipertensa, o que torna a situação mais delicada.

“Não tenho como trabalhar porque, quando passo mal, fico muito fraca e debilitada. Às vezes, saio da sala de hemodiálise em uma cadeira de rodas. Eu me sinto refém de uma máquina para sobreviver”, desabafa Zezé, que realiza sessões de hemodiálise três vezes por semana.

Apesar das dificuldades, Zezé encontrou esperança em dois voluntários responsáveis por realizar exames para verificar a compatibilidade dela e, assim, possibilitar o transplante. O procedimento será realizado em São Paulo, onde parte de sua família mora, mas ela precisa estar disponível para viajar com pouco tempo de aviso. “Quando surgir a vaga, tenho no máximo quatro dias para estar lá”, explica.