Cotidiano

Você na Folha debate Azul e Rosa

Folha foi às ruas para saber como as pessoas receberam a declaração da ministra da Damares Alves de que "azul é cor de menino e rosa, de menina"

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

Após a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, declarar que “azul é cor de menino e rosa, de menina”, diversos artistas e figuras públicas usaram as redes sociais para rebater o comentário sexista da ministra. A Folha foi às ruas para saber como as pessoas receberam esta declaração.

Marcos de Souza, 23 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“No meu ponto de vista, eu até concordo com ela, porque acho que é preciso ter esta distinção entre meninos e meninas, apesar de não ter nenhum problema, mas acho que a divisão ajuda a distinguir e já é um costume dos pais vestirem os meninos de azul e as meninas de rosa e, particularmente, eu não vejo problema.”

Áustria Saraiva, 42 anos, funcionária pública (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“É uma besteira. Cada um escolhe o que quer ser, vai muito da criação, mas quem determina o que vai ser é cada pessoa, os pais servem para instruir, orientar e tentar direcionar, mas é de cada um. E sobre esta questão de cor, se fosse para falar alguma coisa, precisamos falar dos colarinhos brancos que estão ali, que são os mais podres. Está começando tudo errado de novo, vamos continuar não acreditando nas mudanças esperadas.”

Dalvanir Souza Almeida, 48 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Se eu vejo um rapaz vestido com roupas femininas, eu não posso perguntar se é menino ou menina, porque minhas filhas dizem que eu preciso respeitar e eu só quero saber. Às vezes, está de barba e de vestido e eu não entendo. Nós precisamos aceitar. A minha situação, com 48 anos, é de dúvida. Na minha época, era importante distinguir. Meu neto tem um ano, é homem, mas não sei se continuará sendo homem, mas eu aceitaria, a gente tem que aceitar, precisamos amar do mesmo jeito.”

Yago Dejan, 25 anos, auxiliar administrativo (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Eu acho que a mídia tirou a situação de contexto porque existem muitas situações em que as pessoas escolhem identificar por cor, como o nascimento de um bebê que as pessoas fazem festas e escolhem rosa se for menina e azul se for menino. Acho que não tem nada a ver e temos coisas maiores para nos preocuparmos do que cor de criança. É irrelevante perto dos problemas que temos no país.  Mas, sobre as cores, concordo porque as meninas precisam ser consideradas princesas e os meninos príncipes, mas sem influências.”

Thainara Silva de Freitas, 16 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Não concordo com a fala. Somos nós que escolhemos o que devemos usar. Cor não influencia nada, cor não muda a personalidade ou caráter de ninguém, cor não faz diferença na nossa vida. Uma menina pode escolher azul, assim como um menino pode escolher rosa, isso não interfere na personalidade nem no gênero.”

Yuri Hupsel, 22 anos, jornalista (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Não concordo. É ridículo, é uma construção social antiga, é uma coisa tão arcaica. A cor que uma pessoa veste não influencia no que ela vai ser nem nada do tipo. O que influencia no que alguém vai se tornar é o meio no qual ela vive, se o ambiente tem pessoas mais gentis ou pessoas mais agressivas, são essas coisas que influenciam no crescimento de uma pessoa.”