A Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) afastou quatro servidores suspeitos de envolvimento com o desvio de alimentos destinados para escolas públicas da cidade de Alto Alegre, no Norte de Roraima. O esquema consistia no desvio de carnes e outros gêneros alimentícios.
O Departamento de Merenda Escolar identificou os acusados e denunciou o caso ao Ministério Público de Roraima (MPRR), que abriu inquérito para aprofundar as investigações. A pasta também registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, com base em evidências levantadas na investigação e nas imagens dos suspeitos.
Segundo a polícia, o crime ocorreu após a entrega realizada pelo DAE (Departamento de Apoio ao Educando) da Seed no dia 29 de janeiro. O delegado de Alto Alegre, Vinícius Quadros, disse que os quatro homens foram interrogados na delegacia e não apresentarem justificativa plausível para o sumiço dos alimentos, nem para o armazenamento externo dos produtos.
“Duas verificações foram feitas pela equipe da Polícia Civil, nos dias 31 de janeiro e 4 de fevereiro, acompanhadas pela gestão da escola. Durante as diligências, foram constatadas ausências de carne, frango, vinagre, flocão de milho e colorau. No decorrer da apuração, os agentes localizaram e apreenderam 36 quilos de carne armazenados de forma irregular em uma residência fora da escola. Os alimentos foram restituídos à unidade de ensino, mas outros insumos ainda não foram localizados”, detalhou o delegado.
O secretário de Educação, Mikael Cury, explicou que a irregularidade foi descoberta após monitoramento interno no Colégio Estadual Militarizado Desembargador Sadoc Pereira, em Alto Alegre. “Desde o primeiro momento, tratamos esse caso com a seriedade que ele exige. A merenda escolar é um direito fundamental dos nossos alunos, e qualquer tentativa de desviar alimentos destinados a eles é inaceitável”, declarou.
“Não vamos tolerar qualquer prática que prejudique a qualidade da educação e a alimentação dos nossos estudantes”, reforçou Cury, cuja secretaria ainda reforçou as medidas de controle na distribuição e armazenamento da merenda escolar, garantindo que os alimentos cheguem integralmente às unidades de ensino e beneficiem os alunos.
Indiciamento
A Polícia Civil indiciou os quatro funcionários por peculato: o merendeiro G. J. G., de 38 anos, e os servidores terceirizados P. H. S. C., 37, K. N. B., 44, e W. S. B, 36. A corporação encaminhou o inquérito para o MPRR, que pediu o afastamento dos suspeitos.
Como os acusados não foram presos em flagrante, eles vão responder ao processo em liberdade. “O caso agora segue para análise do Ministério Público, que poderá oferecer denúncia contra os envolvidos”, explicou Vinícius Quadros.
