O livro Éxodo Venezolano: Entre el Exilio y la Emigracion traz um conjunto de artigos que tratam do processo migratório de parte da população venezuelana em vários países. A obra está disponível na internet por meio do link
Dentre os artigos sobre a temática, há um que trata da “Imigração venezuelana no Brasil: perfil sociodemográfico e laboral”, de autoria dos professores Gustavo da Frota Simões da Universidade Federal de Roraima.
Além dele, a obra conta com artigos de Leonardo Cavalcanti, da Universidade de Brasília (UnB) e Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra/Brasil) e; Antônio Ribeiro de Oliveira, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também do OBMigra/Brasil.
DADOS
A pesquisa revela, dentre outros dados, que a maior parcela das pessoas que chegam ao estado de Roraima é de solteiros, com 53,8% do total de entrevistados, sendo 56,4% homens e 49,4% mulheres. Com relação à escolaridade, diz o texto que “os migrantes venezuelanos em Boa Vista apresentam altos índices de educação formal.
Desses, 28,4% do total possuem ensino superior completo, somados aos 3,5% que possuem Pós-Graduação, esse percentual sobe para 31,9% de migrantes que possuem pelo menos ensino superior completo”.
O artigo traz análises qualitativas e quantitativas, demonstrando que o aumento da imigração venezuelana é percebido de diferentes formas.
“Em primeiro lugar, pelos diferentes discursos da mídia, político, acadêmico, entre outros. Em segundo lugar, pela visibilidade, especialmente da população indígena da etnia warao, nas cidades de Pacaraima e Boa Vista”.
Ainda na análise, os autores consideraram outro demonstrativo que são os dados estatísticos institucionais, como o número de solicitantes de refúgio venezuelanos, que saltou de 280 em 2015 para 11.083 até abril de 2018.
“Além das solicitações de refúgio, outra modalidade utilizada para regularização dessa migração foram os pedidos de residência: 106, em 2015; 121, em 2016; 4.955, em 2017 e; 4.268 até abril de 2018. Para os autores a maioria dos venezuelanos solicitou refúgio em Roraima, nos anos de 2016 a 2018.
“Interessante destacar que há muitas pessoas oriundas do Estado Bolívar (26,3%), mas também há uma parcela significativa de pessoas vindas de Caracas (15,4%), Monagas (16,3%), Anzoátegui (13,1%) e Carabobo (7,4%), regiões essas mais afastadas da fronteira entre o Brasil e a Venezuela”, diz no texto do artigo, considerando 24 províncias venezuelanas identificadas.