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“Em nosso mundo moderno, simplesmente não alcançaremos sucesso ou felicidade se não levarmos em consideração as outras pessoas” (Les Giblin)
Realmente, não há felicidade se não houver união. E a união nem sempre está na presença. Nem sempre notamos como estamos nos sentindo próximos de pessoas distantes, simplesmente na lembrança. Tudo depende da convivência, que se baseia no respeito, na amizade e no amor ao próximo. A maior dificuldade está exatamente na confusão que ainda fazemos ao misturar amor com prazer, desejo e coisas assim. Quando, na verdade, o amor é inconfundível e poderoso. Ao confundi-lo, perdemos, sem perceber, a capacidade de amar.
Atualmente, a humanidade atravessa um período de aceleração no desenvolvimento, e não estamos acompanhando essa marcha. Estamos encantados com a ciência, sem prestar a devida atenção ao seu avanço. O pior é que não estamos nos preparando para viver essa aceleração.
Eu já era adolescente quando fui Escoteiro do Ar, na Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte. Vivi momentos felizes com a garotada nos treinamentos, nas tarefas e nos divertimentos. Tenho uma série enorme de “causos”, marcantes por sua simplicidade e alegria. Mas o que mais se faz presente, no momento, é o caso do Raimundinho. Já falei dele várias vezes. Se você não se importar, vou repeti-lo para quem ainda não o conhece.
Certo dia, em um treinamento, Raimundinho era o “lobinho” da minha turma. Perguntei o que ele faria se encontrasse uma árvore caída e atravessada na estrada, e ele respondeu:
— Eu pulo pu riba.
Momentos aparentemente tolos, mas que enriquecem nossa lembrança quando vividos com amor e respeito. Assim foram tantos outros daquela época, que poderiam estar esquecidos, mas continuam vivos em minha memória pela importância que tiveram naquele momento.
Por exemplo, lembro do dia em que a escola patrocinava a Primeira Comunhão para os alunos. Fiquei na fila para receber a hóstia. Quando chegou minha vez, o padre perguntou:
— Comeu alguma coisa antes de sair de casa?
Sem vacilar, respondi:
— Não, só bebi água de coco.
O padre retrucou, com ênfase:
— Então não pode receber a hóstia. Já pode sair!
E, por isso, até hoje nunca fiz minha Primeira Comunhão. Depois lhe contarei mais dois casos que vivi com outros padres na mesma escola. Episódios que só me fazem rir, pela insignificância.
E se me fazem rir até hoje, é porque me fizeram feliz na época. Nunca se deixe levar por aborrecimentos. Eles nem sempre justificam o mal que podem nos trazer, sobretudo na lembrança.
Pense nisso.
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