Apesar de representantes de José Wallace Barbosa da Silva terem afirmado previamente que o empresário estava negociando se entregar, a prisão ocorreu somente por causa da ação da Polícia Federal (PF). O relato é que o envolvido não se entregou, mas foi preso na capital de São Paulo.
A informação é que os agentes da PF cumpriram o mandado de prisão em aberto desde a deflagração da operação em 10 de dezembro. A ação não ocorreu, portanto, no modo em flagrante, já que Wallace era considerado foragido da Justiça desde 15 de dezembro por não ter sido encontrado em todos os endereços possíveis e não ter comparecido espontaneamente nas 24 horas seguintes à ordem de prisão.
No entanto, a Polícia Federal em Roraima não prestou maiores esclarecimentos sobre o ocorrido até ontem, 10. A informação obtida extraoficialmente pela Folha é que Wallace teria que cumprir procedimentos ainda em São Paulo, como a audiência de custódia com a Justiça Federal, para depois ser possivelmente encaminhado até o Estado.
A Folha também buscou informações junto à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para obter mais dados acerca da ocorrência da prisão de Wallace, mas o órgão afirmou que apenas a unidade em Roraima poderia prestar esclarecimentos sobre o caso. A reportagem também tentou junto aos órgãos responsáveis pela investigação que culminou na Operação Zaragata, mas eles informaram que os procedimentos também são de responsabilidade da PF.
ENTENDA O CASO – O empresário José Wallace Barbosa foi preso na quarta-feira, 9, em São Paulo. Ele, que é marido da deputada estadual Yonny Pedroso (SD), é acusado de envolvimento em desvios de recursos públicos e cobrança de propinas nos serviços de transporte escolar do Estado.
A prisão foi confirmada pela Polícia Federal em Roraima no início da noite. Com a confirmação, a Folha entrou em contato com o advogado de Wallace, que também responde por Yonny Pedroso e outros investigados, como o ex-secretário Shiská Pereira, porém, ele preferiu não se pronunciar a respeito do caso.
OPERAÇÃO ZARAGATA – Deflagrada em dezembro, a Operação Zaragata cumpriu 10 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão no Município de Boa Vista. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal do Estado de Roraima.
O inquérito apurou supostas irregularidades cometidas pelo governo de Roraima em contratação com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) por meio de dispensa de licitação emergencial e outras irregularidades, como a cobrança de propinas de empresas responsáveis pelo transporte, falsificação de documentos e fraudes de processos licitatórios, entre outras atividades ilícitas.
Em coletiva de imprensa realizada em 14 de dezembro, representantes do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e Ministério Público Estadual chegaram a afirmar que os desvios de recursos públicos do transporte escolar tiveram como principal beneficiada a empresa de José Wallace Barbosa da Silva. (P.C.)