Cotidiano

Professores vão manter vigília permanente na Seed

Trabalhadores se queixam do silêncio adotado pela pasta, referindo-se especificamente a um pedido de reunião com a atual secretária de Educação

YARA WALKER

Colaboradora da FolhaWeb

A manhã de ontem (14) foi marcada por mais uma manifestação dos servidores da rede estadual de ensino. A partir das 8h, os profissionais ocuparam a frente da Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) para buscar possível resposta sobre salário atrasado e melhores condições de trabalho. A categoria já adiantou que manterá uma vigília permanente no local. 

O professor Flávio Bezerra, diretor-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), explicou que a manifestação é uma continuidade das ações que a entidade vem realizando desde o fim de semana passado. Para ele, a situação é de descaso com os profissionais e com a Educação do Estado. 

“Não é somente o salário que reivindicamos, não queremos ficar reféns dessa situação”, ressaltou.

Ainda de acordo com Bezerra, os trabalhadores se queixam do silêncio adotado pela pasta, referindo-se especificamente a um pedido de reunião com a atual secretária, Leila Perussolo.

“A secretária, [que havia nos recebido na sexta-feira, 11], informou que estaria em algumas reuniões para resolver este problema. Ficamos aguardando, mas ela afirmou que não nos receberia pela manhã e que talvez nos atendesse à tarde”, completou.

Além dos integrantes do Sinter, a manifestação também contou com a presença da Organização dos Professores Indígenas de Roraima (Opir).

“Queremos respostas e essa é a estratégia que utilizamos, de vir aqui e cobrar os nossos direitos. Nós pagamos juros altíssimos no banco, merenda e o transporte para os alunos. Tiramos do nosso salário para que a educação aconteça nas comunidades indígenas. Diante disso, queremos uma resposta”, enfatizou Edite Andrade, coordenadora da Opir.

OUTRO LADO – Em resposta aos questionamentos sobre as manifestações dos professores da rede estadual de ensino, a Seed afirmou, em nota, desconhecer a reclamação relacionada a uma possível falta de diálogo com a categoria. Uma reunião com a secretária, Leila Perussolo, teria sido realizada ontem, 14. 

“Por três ocasiões, neste mês, a Seed recebeu representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação [Sinter], Organização dos Professores Indígenas [Opir], Conselho Indígena de Roraima [CIR], Associação dos Povos Indígenas [Apirr] e Organização dos Indígenas da Cidade [Odic], quando foram tratadas as demandas das escolas indígenas, o que demonstra interesse do governo do Estado em ouvir e atender todas as categorias de funcionários públicos”, destacou a Seed.

Segundo a pasta, a reunião de ontem, por exemplo, contou com participação dos representantes legais do Sinter e Opir, ficando acertado com Leila Perussolo a realização de novos encontros, porém específicos, de forma pontual para as demandas serem atendidas com maior brevidade.

“A Seed entende a necessidade de melhorias nas unidades escolares localizadas em terras indígenas, mas, para isso, é necessário aporte financeiro do governo federal, dada a escassez de recursos nos cofres do governo estadual”, completou.

A secretaria reforçou que vai fazer levantamento das unidades de ensino em terras indígenas, para que sejam feitos os projetos de reforma e melhorias nessas escolas. 

“É importante ressaltar que o Estado possui 260 escolas indígenas, número superior ao dos demais Estados brasileiros”, mencionou.

Por fim, a nota encerra reforçando que o salário desses servidores será creditado nesta terça-feira, 15.