![Diniz ficou com um hematoma no rosto (Foto: Arquivo Pessoal/Diniz Neto) Diniz ficou com um hematoma no rosto (Foto: Arquivo Pessoal/Diniz Neto)](https://uploads.folhabv.com.br/2024/11/Pcj3m2YU-okl-1024x640.webp)
A.M.V.N., de 33 anos, suspeito de agressões físicas e psicológicas contra o ativista Diniz Neto, de 50 anos, foi indiciado pelos crimes de lesão corporal qualificada. Neto atua no suporte de famílias LGBTQ+ em situação de vulnerabilidade social em Boa Vista. O crime ocorreu no dia 13 de julho do ano passado, após uma festa em família. Na época, a vítima fez a denúncia à Folha BV.
Em entrevista à Folha nesta sexta-feira (14), Diniz disse que ficou sabendo do indiciamento através das redes sociais.
“Eu fiquei sabendo pelas redes sociais. Tinha certeza que a justiça seria feita, porque eu jamais iria expor a minha vida particular, brincando com uma questão tão séria, sendo que no Brasil muitas pessoas passam por violência. Esse indiciamento mostra que a denúncia que eu fiz, através das provas colhidas, as testemunhas ouvidas, eu só falei a verdade o tempo todo. Não fiz isso para me vingar ou para reconciliação, mas sim, para que as pessoas entendam que é preciso ter respeito com o ser humano. Não quero que isso aconteça com outros casais, e quem passar por isso, que denuncie”, comentou.
Investigações
De acordo com o delegado que esteve à frente das investigações, Ricardo Daniel, a vítima relatou em sua declaração que mantinha um relacionamento homoafetivo com o indiciado no período de dezembro de 2022 até outubro de 2024, quando, de acordo com ele, sofria agressões constantes.
Ricardo Daniel destacou a importância de reconhecer a união entre a vítima e o autor como um vínculo familiar. “Essa abordagem foi fundamental para a qualificação dos crimes cometidos, alinhando-se aos preceitos atuais da dignidade da pessoa humana e ao fortalecimento da proteção a grupos vulneráveis”, disse o delegado.
“Após uma análise minuciosa das declarações e evidências, ficou claro que a vítima enfrentou uma série de agressões que não podem ser toleradas. O indiciamento do autor é um passo importante para garantir a justiça e a proteção das vítimas de violência”, completou o delegado.
Para concluir, o delegado explicou que procedimento de investigação criminal foi finalizado e encaminhado para apreciação e deliberação do Ministério Público de Roraima e do Poder Judiciário Estadual, visando a responsabilização do indiciado e a proteção da vítima.
“A Polícia Civil continua comprometida em investigar casos de violência, especialmente aqueles que afetam grupos em situação de vulnerabilidade. Pedimos à população que denuncie qualquer situação de agressão ou violência, garantindo o sigilo das informações”, concluiu o delegado.
Outro lado
Na época, em resposta à Folha BV, o acusado negou as supostas agressões e afirmou que Diniz o procurava constantemente para tentar reatar o relacionamento após a separação. O homem informou também que o ativista chegou até a xingar a sua mãe durante uma discussão, com palavras de cunho lesbofóbico, o atacava constantemente com xingamentos e disse ainda, que a tentativa de levar a situação para a mídia era “uma forma de chamar atenção”.
“Ele diz que defende a comunidade, mas por trás ataca com falas lgbtfóbicas. Eu tenho prints e áudios dele xingando minha mãe com falas lesbofóbicas durante uma discussão”, finalizou o acusado.