No fim da tarde da terça-feira, 15, policiais militares da Força Tática e do Choque, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), conseguiram interceptar uma quadrilha que estava pronta para levar motos para a Guiana pela BR-401. Os suspeitos foram presos na Rua dos Solteirões, no bairro São Bento, por volta das 16h30.
As guarnições destacaram que, após receberem denúncia anônima, chegaram à casa de uma mulher de 38 anos onde estavam guianenses, que estariam em Boa Vista com o objetivo de buscar as motos roubadas ou furtadas para serem levadas ao país fronteiriço. Ela era responsável pela negociação dos veículos roubados e pelo contrato informal para que guianenses fizessem a travessia, sem levantar suspeitas.
Um dos guianenses, de 24 anos, confessou que já estava em Boa Vista desde segunda-feira, 14. Ao fazerem consulta dos nomes dos envolvidos, no banco de dados da Divisão de Inteligência e Capturas (Dicap), os policiais receberam a informação de que a mulher planejava atravessar a fronteira com quatro motocicletas, na terça-feira.
Mas o plano da mulher foi por água abaixo quando foi abordada ainda na tarde de terça-feira, em uma moto Honda/Biz, na Ponte dos Macuxi, por uma viatura do Choque. A intenção dela era verificar se não tinha qualquer barreira policial na rodovia. Enquanto era questionada sobre a denúncia de que estava com motos, a suspeita recebeu um telefonema de um sobrinho, de 26 anos.
Ele disse que havia duas motos ao lado da Ponte dos Macuxi, prontas para a viagem à Guiana. Diante das informações, uma diligência foi feita até a casa do jovem. Ele foi localizado e levou os policiais ao local onde os veículos estavam escondidos, mas, na ocasião, somente a motocicleta Honda/Bros, cor preta, NAN-7761, foi encontrada. As equipes conseguiram confirmar com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) que a moto tinha sido furtada em frente a um shopping, no bairro Caçari, no mesmo dia 15.
Entendendo que se tratava de um flagrante delito, os policiais conduziram algemados todos os envolvidos na ocorrência até a Central de Flagrantes do 5o DP, onde foram ouvidos pela autoridade policial, que decidiu lavrar o auto de prisão em flagrante (APF) contra a mulher e o sobrinho por crime de receptação, como destaca o art. 180 do Código Penal Brasileiro (CPB).
Tia e sobrinho permaneceram detidos numa cela da delegacia até a manhã dessa quarta-feira, 16, quando foram encaminhados para audiência de custódia, mas a Justiça decidiu pela liberdade provisória mediante condições cautelares. (J.B)