FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Na Avenida Carlos Pereira de Melo, no bairro Jardim Floresta, um terreno muito grande parece abandonado e apresenta riscos para moradores e comerciantes da área por causa da falta de limpeza. O local fica ainda aos fundos da Escola Estadual Antônio Ferreira de Souza e tem uma grande quantidade de mato que ultrapassa 1,5 metro de altura.
Uma família de venezuelanos que mora próximo do local há cerca de um ano e meio relatou que se sente insegura com a quantidade de mato e diz já ter observado pessoas entrando no terreno, onde ficaram por algum tempo.
De acordo com o relato da comerciante Maria Aurenir Silva, a área tem quatro terrenos de proprietários diferentes. Durante os 15 anos em que manteve o seu negócio no local, ela disse que só viu a parte central do espaço ser limpa, mas as outras nunca o foram.
“Eu me sinto insegura demais. Tem gente que esconde as coisas aí dentro. Inclusive, por esses dias, o meu marido estacionou o carro debaixo de uma árvore, pegaram uma serrinha e serraram o cadeado que prendia o pneu atrás e o furtaram. Tem de tudo ali dentro, mas já fizemos muitas ‘matérias’ e não tem jeito”, declarou Maria Aurenir.
Ainda de acordo com o relato da comerciante, o local é perigoso e algumas pessoas usam drogas, durante a tarde e à noite, às escondidas dentro do mato. Outro problema que ameaça a segurança das pessoas ao redor são os incêndios.
A Escola Antônio Ferreira de Souza foi alvo de um assalto no ano passado. Os fios elétricos de oito escolas foram furtados em dezembro e, atualmente, a unidade do Jardim Floresta continua sem energia. Para o diretor da instituição, Valdenrique Macêdo, o terreno abandonado nas proximidades torna o muro frágil para situações de risco.
Ele disse que desde que assumiu a escola ainda não teve problema grave, mas já ouviu relatos de que, entre 2014 e 2015, algumas pessoas chegavam a passar drogas para os alunos pelo muro.
“Mas o muro se torna frágil porque uma pessoa pode se esconder ali naquele mato. É um risco para a segurança de quem trabalha aqui e também para os nossos alunos”, disse o gestor.
O OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista questionando se já havia notificado os responsáveis de que os terrenos precisavam ser limpos, bem como se pretendia tomar alguma medida em relação a esta situação, mas, até o fechamento desta matéria, não houve resposta. (F.A)