Aproximadamente 322 milhões de pessoas no mundo sofrem com a depressão, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar da doença atingir uma grande parcela da população e de existir um número cada vez maior de campanhas alertando sobre os sintomas e a importância do tratamento, muitos pacientes ainda tem preconceito e vergonha em relação ao tratamento da doença.
Apesar da abundância de informação sobre a doença disponível na internet, a incompreensão e o estigma sobre o quadro persistem e contribuem ainda mais para a dificuldade de buscar tratamento para a depressão. “O grande desafio é superar o preconceito e, infelizmente, isso prejudica o sucesso do combate à doença. Quando o paciente que sofre de depressão começa a sentir a melancolia, a tristeza e o desânimo, há uma grande tendência ao isolamento social, fazendo-o viver esse sofrimento de natureza psicológica de forma individualizada”, explica o o psiquiatra Alberto Iglesias.
“A medicina naquela época tratava os “loucos de todas as espécies” em manicômios e/ou tratamentos não convencionais que levou a uma discriminação da própria psiquiatria, sendo os paciente desta época marginalizados da sociedade” relatou
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Apenas no século XX houve o renascimento e entendimento biológico dos transtornos mentais. “A grande luta do movimento “antimanicomial” em 1960 levou ao fim dos manicômios e a busca por tratamentos científicos evitando ao máximo internação do paciente. Hoje em dia o tratamento com medicamentos eficientes , psicoterapia levam as consultas ha serem ambulatoriais, no casos mais graves tratamento domiciliar, em todos os casos buscando sempre a socialização do paciente” explicou.
Segundo ele, ainda ha um pressão muito grande da sociedade para não ir ao psiquiatra, ou se fizer isto somente em ultimo caso, o que não é indicado.“Após o paciente buscar uma lista quase interminável de outras possíveis “soluções” que só atrasa o tratamento psiquiátrico e psicológico” contou.
O fato é que nem todas as pessoas possuem esse tipo de esclarecimento e, muitas vezes, deixam de procurar um especialista por puro preconceito ou desinformação. É recomendado procurar um psiquiatra quando forem identificadas alterações no comportamento que comprometam o individuo no trabalho, na convivência com as pessoas e na percepção da realidade, além de mudanças repentinas de sensação, percepção, humor e capacidade de entendimento.
Antes do paciente procurar pelo tratamento, le encara uma série de pré-julgamentos, passando a ser visto como preguiçoso ou fraco por estar se rendendo à tristeza. “Nesse caso, a conscientização da doença e de que o tratamento é eficaz, além do paciente perceber que não é o único a experimentar os sintomas. A partir daí, abrem-se as portas para conversar com amigos e familiares e uma procura maior por ajuda profissional” reforça.