Cotidiano

Você na Folha debate Estrangeiros no Mercado de Trabalho

Folha foi a campo escutar o que a população acha da inserção de estrangeiros no mercado e valor da mão de obra oferecido por serviços

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

Todos os dias, imigrantes venezuelanos chegam a Roraima. Fugindo de uma crise humanitária, social e política, essas pessoas chegam à procura de emprego e melhores condições de vida. Para que um estrangeiro seja contratado, é necessário que tudo seja feito dentro da legalidade, como ocorre com os brasileiros, mas nem sempre a situação é assim. Fomos às ruas saber das pessoas o que acham da inserção de estrangeiros no mercado e do valor da mão de obra oferecido.

Krishna Renize, 25 anos, estudante (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Eu acho que não tem como evitar a entrada dos imigrantes no mercado e como a mão de obra é mais barata, se acaba optando pelos venezuelanos. Acho que isso afeta a população roraimense com certeza, causa desemprego porque a mão de obra é mais barata e os empresários acabam contratando eles por serem informais e sem direitos”.

Max Brandon, 30 anos, evangelista (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Eu acho boa esta entrada. Eles são nossos irmãos e nos ajudam também, não devemos falar muitas coisas. Por exemplo, lá em casa, às vezes, precisamos de alguns serviços e eles trabalham bem, fazem um ótimo serviço. Todo mundo deveria se legalizar para poder trabalhar bem”.

Paula Daniela, 18 anos, estudante (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Está difícil até para os brasileiros conseguirem empregos e com a entrada dos imigrantes está mais difícil ainda, pelo menos é isso que eu acho. Não são corretas estas contrações porque são pessoas normais, elas também precisam por conta da crise e acabam aceitando qualquer coisa, mas acho errado porque o trabalho deles acaba não sendo valorizado”.

Kilanea Correa, 30 anos, autônoma (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Acho que não é correto eles entrarem no nosso mercado. Acho que precisam ir embora e voltar para o país deles. Eles cobram mão de obra mais barata que os brasileiros. Não acho que é uma prática correta, além deles não fazerem um serviço perfeito como os brasileiros fazem, ainda tomam o mercado brasileiro”.

Wellington de Carvalho, 24 anos, motorista (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Eu até concordo porque tem muita gente que merece uma oportunidade, uma vaga de emprego, mas também tem alguns que vieram só para curtir, mas, aqui mesmo no Centro, há diversos venezuelanos que tiveram as portas abertas. Acho que é uma forma de oportunidade porque eles precisam ter um emprego. Se o serviço for bom, com o tempo aumenta”.

João Pereira, 79 anos, aposentado (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Eu acho que essa entrada é uma coisa normal, não vejo problema. A chegada deles, com uma oferta mais barata, revolucionou o comércio local porque eles precisam de trabalho e aceitam menores preços, mas não acho certo os empresários que fazem isso [pagar menos]. É preciso fazer o correto, mas não é todo mundo que tem consciência”.