Ao contrário do que havia anunciado, o governo do Estado não repassou os recursos referentes a janeiro às empresas terceirizadas que prestam serviços de limpeza nas escolas estaduais e unidades hospitalares. Com isso, já são oito meses em que os servidores estão sem salários.
A Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) informou à Folha que aguarda a tramitação final das notas fiscais, que transitam nos órgãos fiscais e controladores.
“Tão logo se conclua essa etapa burocrática, os pagamentos referentes ao mês de janeiro serão imediatamente autorizados”, concluiu a nota.
Na semana passada, a Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) destacou que os pagamentos seguintes seriam normalizados, contudo, os dos meses anteriores que estão em atraso “serão pagos quanto a situação financeira do governo apresentar equilíbrio”.
A situação dos terceirizados tem se arrastado sem respostas concretas e motivou dezenas deles se manifestarem e montarem acampamento em frente ao Palácio Senador Hélio Campos. Lideranças dos movimentos chegaram a ter contato com o governador Antonio Denarium (PSL) após solicitação de que o acampamento tivesse fim, porém os servidores o mantiveram até que tivessem os salários em conta.
Parte dos servidores, dos mais de 1.500 contratados que estão nessa situação, precisou encontrar alternativas para completar a fonte de renda e conseguir sustentar as famílias. Outros receberam o suporte de parentes e amigos para compra de alimentos e outros materiais básicos. Os manifestantes chegam a receber doações durante o dia, mas afirmam que não são suficientes para todas as famílias.
Nas manifestações organizadas pelos servidores, muitos relataram a falta de dinheiro para pagar contas de energia, água e conseguir comprar material escolar e fardamento para os filhos. Alguns deles informaram que foram expulsos de apartamentos pelo atraso no aluguel. Um grupo de funcionários de Caracaraí também se deslocou até Boa Vista para protestar contra o problema e informou que, mesmo com conversas com representantes do governo, não havia nenhuma previsão para o pagamento dos atrasados.
FUTURO – A Folha entrou em contato com representantes das organizações dos servidores para solicitar posicionamento, mas eles preferiram não se manifestar até que tivessem mais informações oficiais. (A.P.L)