Agentes do 1º Distrito Policial conseguiram elucidar um crime de extorsão, com a participação de três pessoas, duas delas moradoras do Amazonas e uma de Roraima. Depois de serem conduzidos pelos policiais, foram interrogados o ex-militar D.M.S, que mora em Boa Vista, e o atendente R. da S.M., conhecido como “Marrentinho”. A terceira pessoa envolvida no crime é I.P. de S.
As investigações foram presididas pelo delegado titular do 1º DP, Rodrigo Gomides. Ele contou que um militar do Exército foi a vítima e chegou a pagar aos criminosos uma quantia em dinheiro e também entregou uma espada avaliada em aproximadamente R$ 2 mil.
A vítima criou um perfil em um site relacionamentos onde R. da S. M. também tem conta, mas utiliza foto de mulher. Assim, conforme o delegado Rodrigo Gomides ele atraiu o militar para uma conversa. “Eles mantiveram o contato e trocaram fotos sensuais”, afirmou a autoridade policial.
Depois da troca de imagens, o dono do falso perfil se passou por uma menina e afirmou que tinha apenas 15 anos, aproveitando para forjar uma ligação para a vítima, dizendo ser o pai da adolescente.
“Na conversa por telefone, R. da S. M., que se passava pela adolescente, disse que seria o pai da jovem, que tinha as provas das conversas e as fotos e que iria divulgar as imagens da vítima e acusá-lo de pedofilia”, disse o delegado.
Para não cumprir a ameaça, R. pediu mil reais, mas a vítima disse que não podia pagar, porém teria uma espada avaliada em aproximadamente R$ 2 mil e poderia entregar-lhe. R. da S. M. aceitou e disse que um “soldado” dele, em Boa Vista, pegaria o objeto. O “soldado” é D.M.S., ex-militar e amigo de R. da S.M.
“D.M.S pegou a espada até que a vítima pudesse pagar os mil reais, e depois anunciou a venda do produto no site de vendas OLX, onde o militar que estava sendo vítima da extorsão encontrou o produto à venda”, acrescentou o delegado.
Os agentes de investigação do 1º DP marcaram um encontro com o vendedor e, no local combinado, ele estava com a espada. Então, D.M.S foi conduzido até a delegacia para esclarecer sobre a venda do produto, já que não possui documentos do objeto que estava negociando. Enquanto o ex-militar prestava esclarecimentos na delegacia, R. da S.M. entrou em contato com ele e as conversas foram monitoradas pelos agentes.
O combinado entre os dois suspeitos era que a vítima depositaria a quantia de mil reais na conta de I.P. de S., o “soldado” venderia a espada e os dois dividiriam o dinheiro. “I.P. de S. emprestou a conta sabendo do crime de extorsão e receberia por isso”, afirmou Gomides.
Já monitorado, R. da S. M. saiu de Manacapuru no dia 5 de fevereiro. Chegando a Boa Vista na quarta-feira, 6, ele foi detido por policiais civis, que o conduziram até o 1º DP. Foram apreendidos celulares usados pelos suspeitos, além de alguns produtos comprados com o dinheiro depositado pela vítima.
O delegado Rodrigo Gomides alerta sobre exposições em redes sociais, como divulgação de fotos íntimas e de locais onde se costuma frequentar.
“As pessoas ficam muito vulneráveis a atos de criminosos quando fazem superexposições de suas vidas”, declarou.
“Marrentinho” informou à polícia que já cometeu o mesmo tipo de golpe umas quatro vezes, utilizando fotografias para extorquir vítimas. Os acusados confirmaram o delito espontaneamente, e o crime de extorsão se consumou no dia 30 de janeiro, quando R. da S. M. exigiu a quantia de dinheiro mediante as ameaças. Eles não foram autuados em flagrante. Foram interrogados e vão responder ao inquérito em liberdade por extorsão qualificada.