LEO DAUBERMANN
Editoria de Esportes
Roraima foi palco, entre os anos de 2003 a 2010, de grandes eventos de artes marciais mistas, mais conhecidas pela sigla MMA (do inglês mixed martial arts) e revelou grandes campeões, entre eles Fabiano Silva da Conceição, o “Jacarezinho”, 30 anos. Atleta desde os 16, ele é cria da academia América Champion, de Boa Vista. Atualmente vive na Alemanha, onde é professor de Jiu-Jitsu e treina para competições de MMA.
Jacarezinho, faixa preta em Jiu-Jitsu, já lutou em várias competições europeias, em países como Sérvia, Chechênia, Rússia, Áustria, Polônia, além da Alemanha, onde é radicado. A próxima competição é em março, na Polônia, onde acontece o KSW, sinônimo de MMA na Europa, passaporte para eventos grandes como o Bellator e o UFC, nos Estados Unidos. “Minha preparação está toda voltada para esse evento na Polônia, é uma oportunidade de mostrar todo meu trabalho. Divido meu treino conciliando boxe com o jiu-jitsu, com treinamentos específicos para MMA”, disse.
Jacarezinho, faixa preta em Jiu-Jitsu, já lutou em várias competições europeias (Foto: Arquivo Pessoal)
O atleta roraimense lembra com nostalgia do início da carreira, onde competia nos grandes eventos realizados no Ginásio Totozão e lamenta a falta de apoio e de locais apropriados para eventos de grande porte em Roraima. “Comecei a treinar
“Com o Totozão fechado acabamos ficando sem um local apropriado para MMA no Estado. Já fizemos duas vezes eventos na Vila Olímpica, e mesmo tendo muita divulgação, não deu quase ninguém, no [Ginásio] Hélio Campo é meio a meio, mas no Totozão é diferente, virou o coliseu da luta em Roraima, já chegamos a colocar mais de sete mil pessoas, o ginásio estremeceu. Depois foi proibido colocar tanta gente, só podia 4.600 cadeiras”, relembra.
A primeira vitória no MMA foi em 2005 (Foto: Arquivo Pessoal)
O atleta tem um cartel de 29 vitórias, sendo onze nocautes e doze finalizações, um empate e onze derrotas, sendo dez por decisões dos juízes. A primeira vitória no MMA foi em 2005, no Roraima Combat. De lá para cá foram vários eventos no Brasil, Estados Unidos e Europa.
“Comecei a treinar jiu-jitsu em 2002, um amigo me chamou para ver um treino, gostei e nunca mais parei. Em 2005 participei da minha primeira luta de MMA, na categoria leve [até 70kg], me saí muito bem e vi que aquilo era o que eu queria. O grande problema dos atletas roraimenses é a falta de patrocínio, ficamos distantes dos grandes centros, tudo é complicado. Na Europa consigo me manter e treinar”, completa.