POLIANA GIRARDI
Colaboradora da Folha
O presidente Jair Bolsonaro sancionou decreto que concede o indulto a presos com doenças graves, como câncer ou Aids, desde que em estágio terminal. Detentos com doenças permanentes com limitação de atividades e que exijam cuidados contínuos que os presídios não conseguem oferecer também podem ser beneficiados. Mas há restrições. Condenados por crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas e estupro de vulnerável, por exemplo, são excluídos do benefício. A Folha foi às ruas saber o que a população acha desse decreto.
Elisabeth Soares, 32 anos, assistente administrativa (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)
“Não sou a favor que presos recebam perdão de pena mesmo que o motivo seja uma doença terminal. Eles estão encarcerados longe da sociedade por um motivo e devem permanecer assim, até pagarem pelos erros que cometeram”.
Jonatas Oliveira, 36 anos, estudante (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)
“Sou a favor do indulto para detentos doentes. São pessoas com a saúde já muito comprometida. Já existe a possibilidade de alguns presos saírem em visita a parentes por bom comportamento, então acho justo que aqueles que precisam de cuidados especiais e que já não oferecem nenhum perigo à sociedade, sejam perdoados”.
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Sebastião Freitas, 57 anos, professor (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)
“A pessoa em estado terminal de qualquer doença já está psicologicamente arrasada. Não existem mais condições de almejar um bom futuro porque tem a certeza que irá morrer em alguns dias, infelizmente. Sou a favor que terminem os últimos dias perto da família”.
Moais Vargas, 38 anos, designer gráfico (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)
“Acho justo que detentos que precisam de cuidados especiais de saúde sejam perdoados. O presídio não dispõe de estrutura para acompanhar essas pessoas. O preso doente e sem expectativa de melhora já está pagando o dobro da pena quando uma doença terminal é descoberta”.
Laís Alves, 19 anos, promotora de vendas (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)
“Sou a favor do indulto para presos doentes. Eles já estão condenados à morte de qualquer jeito. Pelo menos, perto da família podem passar os últimos dias refletindo nas escolhas que fizeram e até receber um enterro mais digno”.
Graça Arruda, 65 anos, dona de casa (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)
“Aprovo o decreto assinado pelo presidente. Os presos em estado terminal têm chances de receber uma atitude que demonstre mais humanidade por eles. Talvez seja uma oportunidade para que pensem sobre os delitos que cometeram e se arrependam de terem desperdiçado tempo praticando o crime”.