Cotidiano

HGR é classificado como ‘em situação de calamidade’

Diretores e gerentes da unidade de saúde instauraram procedimento de 'vaga zero' que consiste em estabelecer pacientes em leitos disponíveis e até nos corredores do hospital

O Hospital Geral de Roraima (HGR) se encontra atualmente com lotação de leitos no pronto-socorro, classificado como “em situação de calamidade”. A previsão é que seja adotada uma política de “vaga zero”, com pacientes estáveis transferidos para os corredores dos blocos da unidade hospitalar.

Pelo menos é o que diz o documento formalizado por diretores e gerentes de núcleos assinado na última terça-feira, 12. O memorando, que foi protocolado e entregue aos coordenadores da unidade, foi assinado pelos representantes da Direção-Geral, Direção Técnica, Gerência Administrativa, Gerência de Enfermagem e Gerência de Pronto-Socorro do HGR.

Nele, consta que as gerências e coordenações do HGR e Hospital das Clínicas, com apoio da Coordenadoria-Geral de Urgência e Emergência da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) realizaram reunião com a finalidade de restabelecer condições mínimas de segurança visando à garantia de condições técnicas para o adequado atendimento dos pacientes que adentram as portas de urgência e emergência.

Os gerentes e diretores informaram a adoção de algumas medidas necessárias para priorizar o fluxo de atendimento no pronto-socorro, como a instauração do conceito de “vaga zero” no HGR.

No caso, pacientes submetidos a procedimento cirúrgico de emergência, mas permanecendo estáveis, serão transferidos para os blocos de suas respectivas especialidades e na ausência de leito disponível serão transferidos para os corredores dos blocos, não sendo permitido o retorno ao pronto-socorro.

Os pacientes no pós-operatório imediato, que se encontrem instáveis, serão transferidos para a UTI ou área amarela do Grande Trauma, com prévia passagem do caso entre os médicos responsáveis. Por último, ficou estabelecido que todos os leitos da unidade estão sob regulação plena do Núcleo Interno de Regulação (NIR), possuindo autonomia para regular pacientes de todas as especialidades para qualquer leito disponível na unidade.

Na ausência de leitos disponíveis, os pacientes serão transferidos novamente para os corredores dos blocos do HGR, mediante prévia notificação à Gerência de Enfermagem.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde para saber quais medidas seriam adotadas para amenizar a situação. Em nota, o órgão informou que as medidas serão tomadas somente em casos de necessidade extrema, porém, não informou quais ações estão previstas para melhorar as condições de atendimento no local.

“A Secretaria Estadual de Saúde informa que devido ao constante aumento de atendimentos nas portas de entrada do HGR que compreendem as áreas do Pronto- Socorro Francisco Elesbão e Grande Trauma, equipes da administração do HGR, Hospital das Clínicas e da Coordenação-Geral de Urgência e Emergência se reuniram esta semana para avaliar a melhor forma de amenizar a situação”, afirma a nota.

“Entre as medidas tomadas, estão a disponibilização de leitos no HC para pacientes ortopédicos e, em casos de necessidade extrema, a utilização de macas no corredor do HGR. Vale ressaltar que essas medidas serão postas em prática de forma organizada e planejada e apenas em momentos de grandes picos, de modo a proporcionar melhores condições de atendimento e trabalho aos pacientes e profissionais de saúde”, completou o Estado.

“As medidas seguem as orientações de um projeto do Ministério da Saúde que visa diminuir a lotação de pacientes nas unidades de pronto-socorro e que já foram colocadas em prática em outros Estados com resultados positivos. Em Roraima, o projeto começou a ser colocado em prática com apoio de uma equipe do Hospital Sírio-Libanês”, conclui a Sesau (P.C.)