Cotidiano

Genéricos representam 40% do volume de vendas em Roraima

Segundo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Roraima, maior opção de medicamentos no mercado influenciou venda de genéricos

Nas prateleiras das farmácias a observação é de que, a cada dia, surgem novos produtos para aliviar os males da população brasileira. A maior variedade de opções influenciou inclusive a venda de produtos genéricos, conforme explica o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Roraima. A informação é que os medicamentos alternativos representam 40% do volume de vendas.

De acordo com Edimar Lima, presidente do sindicato, houve um aumento na venda de genéricos nos últimos anos no Estado e a tendência é aumentar. Para o comerciante, algumas das razões para o crescimento são a maior oferta de produtos e um custo econômico menor.

“Hoje, nós temos quase 40% das vendas representadas por genérico no contexto geral do nosso Estado. Normalmente, ele tem um preço mais acessível. Já se instalou aquela cultura de chegar à farmácia com a receita e perguntar o preço do remédio e, logo em seguida, o preço do genérico para ver o que fica mais em conta”, afirmou.

Em questão de qualidade, não há dúvida da diferença entre remédio de marca ou genérico, explica Lima.

“Há várias opções seguras. O índice de medicamentos falsos no Brasil é muito pequeno, existe um combate muito grande pelos órgãos fiscalizadores. Tem alguns casos ainda em que a pessoa fica com dúvida, mas quando o profissional explica, fala da composição do medicamento, a pessoa se sente mais segura”, informou o presidente.

Segundo Lima, a orientação que os clientes recebem de um farmacêutico na hora da compra do produto é importante.

“A população se sente mais segura ao chegar a uma farmácia e pedir um medicamento. O próprio farmacêutico, que está em todas as drogarias de forma obrigatória, que entende do assunto, vai dar três, quatro ou mais opções com o preço mais acessível”, explica.

O sindicalista explica ainda que foi membro da Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos (CBFarma) na época da implantação dos genéricos no Brasil, quando se antecipava um período em que o fluxo de vendas dos medicamentos iria aumentar. Para ele, a época de aumento aconteceu mais rápido do que previsto.

“As vendas já vêm aumentando e estão dentro dos nossos estudos. A análise é que, de 10 a 12 anos, a venda de genéricos iria chegar a esse patamar. A demora se dá por vários motivos, em razão de uma questão cultural, um país muito grande, com uma cultura muito diversificada. A gente está aproximando mais rápido”, concluiu.

GENÉRICOS X SIMILARES – Para André Mazza, diretor da Megafarma, a população tem procurado comprar também os remédios similares, cujos preços têm baixado. No entanto, é preciso informar a diferença entre os dois.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quando um medicamento inovador é registrado no País, ele é chamado de “referência”. Como os laboratórios farmacêuticos investem anos em pesquisas para desenvolvê-los, têm exclusividade sobre a comercialização da fórmula durante o período de patente, que chega a ser de 10 a 20 anos.

Após a expiração da patente, abre-se a porta para a produção de medicamentos genéricos, que são aqueles que contêm o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, são administrados pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no País. A substituição é assegurada por testes de bioequivalência apresentados à Anvisa.

Já o medicamento similar é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, mas pode diferir em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.

De acordo com Mazza, com a alta qualidade dos remédios de marca, genéricos ou similares, a população acaba optando pelo que mais lhe convém, seja ele por preferência pessoal, questão econômica ou por empresa.

“Atualmente, o mercado está nivelado por alto, todo mundo tem uma qualidade boa. Difícil ver uma empresa de má qualidade porque a Anvisa nem libera registro se não se adequar a todas as exigências”, completou Mazza.

ANVISA – A realidade no Estado reflete o que foi divulgado recentemente pela Anvisa de que foram registrados 827 novos medicamentos, produtos biológicos e insumos farmacêuticos ativos no Brasil em 2018.

Segundo a Anvisa, dos 827, 33 continham uma nova substância ativa que foi pela primeira vez autorizada no Brasil, além da concessão de registo de 24 medicamentos genéricos inéditos e quatro registros de produtos biossimilares.

Para o órgão federal, a medida torna os medicamentos mais acessíveis devido à redução de custo, além de melhorar significativamente o tratamento de doenças e representar um ganho para a saúde pública.