Uma a cada 100 crianças nascidas no Brasil são cardíacas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo esta uma das principais causas de mortalidade infantil em todo o país. Para reduzir este índice em Roraima, o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth realiza o Teste do Coraçãozinho nos recém-nascidos, exame que se tornou obrigatório após uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa.
Sancionada em 2015, a lei determina a realização do exame, tecnicamente conhecido como oximetria de pulso, na maternidade ou serviço hospitalar da rede pública de saúde ou conveniada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Os autores da medida são os deputados Soldado Sampaio (PCdoB) e Gabriel Picanço (PRB).A ideia do projeto partiu da solicitação de uma mãe que perdeu o filho alguns meses após o diagnóstico tardio de uma doença cardíaca.
Em três anos, mais de 28 mil recém-nascidos foram submetidos ao teste na maternidade, feito por meio de aparelhos portáteis chamados oxímetro de pulso. “Com esse exame preservamos as vidas dos neonatais ao detectar patologias que podem ser tratadas imediatamente. Este exame ajuda ainda a evitar internações hospitalares e outras complicações que podem acarretar na morte de pacientes”, disse o diretor técnico e pediatra da maternidade, Henry Carlos.
O diretor explica que antes da implantação do exame na maternidade, os médicos faziam apenas o teste físico para verificar a saúde do coração dos bebês, sendo inconsistente, pois o portador de cardiopatia congênita crítica pode não apresentar sintomas nos primeiros dias.
Teste do Coraçãozinho
O exame é feito no recém-nascido depois do parto, no período de 24 a 48 horas, e antes da alta hospitalar. Esse procedimento faz parte de uma triagem rotineira, para medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do bebê, com uma pulseira. Caso seja diagnosticada alguma anormalidade, o paciente fará outro exame chamado ecocardiograma, uma ultrassom do coração, com assistência de um pediatra ou cardiologista.