Durante o fim de semana, a Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da Polícia Militar de Roraima (PMRR) apreendeu combustível e outros produtos que seriam enviados para área de garimpo ilegal no Estado. Segundo o órgão, trata-se de uma operação de rotina realizada rotineiramente em Boa Vista para impedir irregularidades.
De acordo com o capitão Francisco Ponciano, comandante da Cipa, o órgão mantém a prestação de serviços por 24 horas nos entornos da capital. A apreensão da picape com mais de 800 litros de combustível ocorreu em função do patrulhamento ostensivo, em que os policiais verificam alguns veículos ou atitudes que são características dos suspeitos de crime ambiental.
“Eles fazem a abordagem, verificam e constatam alguns fatos, como foi no caso do combustível para o garimpo ilegal. Normalmente, a gente opera nessa modalidade no dia a dia. É o patrulhamento ostensivo normal e acabam se deparando com essas situações”, explica o capitão.
O comandante explica que a fiscalização é constante também em razão de o Estado ter diferentes características e não ter um município em especial com maior número de infrações ambientais, principalmente, por causa das diferentes características de cada região. Ou seja, a fiscalização tem que ser intensa tanto para apreensão de madeira e combustível, quanto para tráfico de animais silvestres e até o contrabando de alho da Guiana.
De acordo com Ponciano, a fiscalização tem que ser voltada para as atividades realizadas em cada local, mas ele ressalta que nem todas elas são cometidas ilegalmente.
“Em Rorainópolis, nós sabemos que tem uma grande demanda da área madeireira e florestal, então, a fiscalização é mais focada na questão da madeira. Em Caracaraí, é a pesca. Cada município tem a predominância de determinado tipo de crime, lembrando que tem muita gente dentro da legalidade, mas alguns cometem crimes e infrações administrativas”, revelou.
Com relação ao período em que há mais ocorrências, o comandante informou que a demanda também é medida de acordo com as características da atividade. Ponciano cita o trabalho desenvolvido pela Cipa em parceria com outros órgãos ambientais todo fim de ano, como o programa “Quelônios da Amazônia”, no baixo Rio Branco, que garante a reprodução das tartarugas.
“De acordo com o momento do ano, a gente vê qual atividade está em alta e tende a dar uma atenção maior nesse período”, afirma Ponciano. “Mas, durante todo o ano, é feita a fiscalização, seja por parte da Cipa ou em parceria com outros órgãos ambientais”, completa.
Cipa inicia planejamento de atividades para período de defeso
O comandante da Cipa informou que o órgão já iniciou o planejamento de atividades de combate à pesca ilegal durante o período de defeso. Nessa época, que compreende de 1º de março a 30 de junho, as atividades de caça, coleta e pesca esportiva são proibidas para garantir a reprodução dos peixes e preservação das espécies.
O planejamento atual consiste em delimitar as áreas de maior predominância de pesca, os dias de atuação e de como será essa operação, no caso, se a Cipa atuará em parceria com outros órgãos ambientais e quais deles podem atuar em determinada região.
“No momento, o nosso planejamento é tanto da parte logística quanto a equipe de pessoal, para poder desencadear as operações. Nesse período, nós voltamos uma atenção maior sobre a questão do defeso, da embarcação na água, da documentação, operação tanto na região de Boa Vista quanto no interior do Estado”, informa o comandante.
PARTICIPAÇÃO- O comandante completa que a atuação da população também é essencial para coibir crimes ambientais no Estado. Uma das medidas é denunciar irregularidades à Central de Atendimento da Polícia Militar, no número 190. Lá, a equipe direciona a ocorrência para a Cipa e uma equipe irá verificar o problema.
“Qualquer crime ambiental é de atuação da Cipa, seja a questão da pesca ilegal, desmatamento, tráfico de animais silvestres, armazenamento de combustível e outras. Tudo isso é previsto na lei de crimes ambientais, sob atuação da Cipa”, destacou Ponciano.