FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
A Folha recebeu a informação de que pelo menos três crianças foram diagnosticadas com malária no Hospital Santo Antônio na segunda-feira, 18. A reportagem conversou com a avó de uma delas, de oito anos, que recebeu o diagnóstico da doença naquele dia.
Edilza Peres de Lima é moradora da Comunidade da Malacacheta, situada no município do Cantá, e afirmou que a situação é comum no local e muitas crianças estão sofrendo com a doença. Mesmo assim, ela não suspeitou que seu neto estivesse com malária quando os primeiros sintomas surgiram.
“Eu achava que era garganta, ele estava frio, bem fraco, com dor na cabeça, porque geralmente garganta inflamada dá estes sintomas também. Levei para fazer um exame simples e não deu nada e descobriram que era malária após fazer um na veia”, declarou a avó.
Edilza confirmou que outras crianças estavam internadas no hospital pelo mesmo motivo. De acordo com ela, havia mais duas diagnosticadas com malária quando seu neto deu entrada no leito, mas já receberam alta médica.
A malária é uma doença infecciosa, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Apesar de curável, se a doença não for tratada em tempo hábil pode levar à morte.
DADOS SOBRE A DOENÇA – A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que foram confirmados 1.543 casos de malária este ano no Estado, sendo 1.335 locais e 208 importados. A faixa etária de 20 a 29 anos é a mais atingida, com 314 casos registrados.
No ano passado, a Folha noticiou que foram registradas 14 mortes por malária em Roraima. No total, foram 14.274 casos da doença no Estado, dos quais 7.733 foram contraídos no Estado, 2.368 em outras unidades federativas e 4.173 “importados” de outros países.
Ainda de acordo com a Sesau, entre os fatores que contribuem para o aumento no número de casos estão a imigração, garimpo clandestino, extrativismo, descontinuidade das ações municipais, desmatamento e invasões em locais próximos aos criadouros dos mosquitos.
A Folha entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Boa Vista para ter acesso a dados locais e saber mais sobre a situação das crianças que deram entrada no Hospital Santo Antônio, mas até a conclusão da matéria não houve resposta.