
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na segunda-feira (3/3) um decreto que dobra as tarifas de importação de produtos chineses, elevando a taxa de 10% para 20%. A medida, que entra em vigor a partir desta terça-feira (4/3), foi justificada pelo governo norte-americano como uma resposta à suposta falta de empenho da China em conter o fluxo de opióides sintéticos, como o fentanil, para os EUA.
Em um trecho do decreto publicado no site da Casa Branca, Trump afirma: “Em reconhecimento do facto de a RPC (República Popular da China) não ter tomado medidas adequadas para aliviar a crise das drogas ilícitas, a secção 2ª da Ordem Executiva 14.195 é alterada eliminando as palavras ’10 por cento’ e inserindo em seu lugar as palavras ’20 por cento’”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A decisão reforça a política protecionista adotada por Trump desde antes de assumir a presidência, com foco especial na China. Além da taxação sobre produtos chineses, o governo norte-americano também impôs tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, que passam a valer a partir desta terça-feira (4/3).
Em entrevista a jornalistas na Casa Branca, Trump destacou a efetividade imediata das novas tarifas. “As tarifas, você sabe, elas estão prontas. Elas começam a ser efetivas amanhã (terça)”, afirmou. O presidente também fez comentários protecionistas, mas deixou em aberto a possibilidade de um acordo de livre comércio com a Argentina, elogiando o presidente argentino, Javier Milei, por seu trabalho à frente do país.
A medida impacta não apenas a China, mas também outros países, incluindo o Brasil, que exporta aço e alumínio para os EUA. Desde março de 2018, os produtos brasileiros desses setores já enfrentam uma taxação de 25% ao entrarem no mercado norte-americano.
A decisão de aumentar as tarifas sobre a China ocorre em um momento de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, com reflexos globais no comércio internacional e nas cadeias de suprimentos. A medida pode gerar reações por parte do governo chinês, que já enfrentou disputas comerciais com os EUA nos últimos anos.
Enquanto isso, o governo Trump segue defendendo suas políticas como necessárias para proteger a indústria norte-americana e combater práticas comerciais consideradas desleais. A ampliação das tarifas sobre a China, no entanto, pode acirrar ainda mais as relações bilaterais e impactar setores dependentes do comércio entre os dois países.