“Uma nação que se abandona a si própria, é uma nação oferecida à conquista”. (Rui Barbosa)

Quem viveu os anos anteriores à revolução de 1964, está com a pulga detrás da orelha. Não é sensacionalismo, não. Vivi aquele período, observando cada momento. Quer uma sugestão? Preste mais atenção e verá que estão se repetindo os mesmos desmandos políticos daquela época, ainda que de forma mais alinhada. Talvez por isso nempercebemos. Não fomos educados para construir e viver a política. Jânio Quadro homenageou Che Guevara, e visitava, frequentemente, o Fidel Castro, em Cuba. E foi na última visita que a corda rebentou e açoitou a renúncia,da maneira mais ridícula que podemos imaginar.

Mas deixemos a política pra lá e vamos falar sobre as consequências atuais. A Educação, por exemplo. Nem percebemos isso quando vemos as empresas exigirem, dos candidatos ao emprego, o conhecimento da língua inglesa. Não tem vez quem não falar o Inglês fluentemente. Mas nenhuma empresa exige fluência no falar, no Português. Quem, por exemplo, está preocupado com o descaso, disfarçado, que estamos dando à nossa Língua? Eu passava ali pela calçada feia do Hospital Coronel Mota, e uma senhora caminhava pela calçada, falando ao celular: “Não… tu dêxa as mininas saí tudim, e aí tu faz”. Papo de rua é assim mesmo.

Mais tarde, ouvimos, num papo particular, entre políticos: “… vou lutar pra que isso seje apurado…”. Você sabia que até o início da década dos sessentas, no ensino primário já se ensinava: português, inglês, francês e espanhol? Foi durante a revolução que os idiomas foram tirados do currículo, assim como cantar o Hino Nacional, no hasteamento da Bandeira, nas escolas. Porque estava constrangendo os jovens modernos. Legal pra dedéu. É claro que os idiomas ensinados à época eram apenas o básico. Mas como básico, eram um esteio para o estudo do português. E não demorou tanto para que jovens concluíssem os ensinos sem saberem, sequer ler bem, um rascunho.  

Sem exagero nem neura, estou preocupado. A política está regredindo à década dos sessentas. Ainda não nos ensinaram a votar, por exemplo. E por isso ainda não aprendemos a formar nosso grupo político. O Rui Barbosa já nos disse isso, faz tempo pra dedéu: “A condição mais substancial do voto é a sua liberdade. Sem liberdade não há voto”. E não teremos liberdade enquanto formos obrigados a votar. Nunca pensou nisso? Pergunte ao seu candidato se ele está interessado em mudar o cenário daseleições. Aposto que não. Mudar pra que, se está bom assim? Vamos mudar a nós mesmos. Não peça, exija seu direito de liberdade. Pense nisso. 

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