*Atualizado às 15h18
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 21, o delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal do Tocantins, Marcelo Correia Botelho, disse que a organização criminosa alvo da Operação Flak, deflagrada nas primeiras horas desta manhã, contava com farto esquema de logística, possibilitando o transporte de drogas para vários países.
Dos 54 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal, 35 já foram cumpridos, sendo seis no Tocantins, quatro em Goiás, quatro no Pará e um em Roraima.
“A organização criminosa que a Polícia Federal desarticulou era especializada no transporte de drogas dos países produtores, como Bolívia e Colômbia. As drogas passavam por países intermediários, como Suriname, Guatemala e Guiana, e desses países iam para a Europa, Estados Unidos e Brasil. Essa organização era bem estruturada e tinha nítida divisão de tarefas”, declarou.
Iniciada há dois anos, a investigação conseguiu identificar quatro núcleos dentro da organização. A primeira delas cuidava da parte logística, com o a contratação de pilotos, aquisição de aeronaves e construção de pistas clandestinas. A segunda ficava encarregada por traçar a rotas dos aviões, para que não fossem detectados pelos controladores de voo da aeronáutica.
Já o terceiro núcleo, segundo a PF, executava as adaptações nas aeronaves, permitindo que elas realizem voos de longa duração; e o último núcleo, chamado de varejista, ficar responsável por fazer o elo entre os produtores de drogas e os compradores.
“Mais do que efetuar as prisões e encontrar novas evidências para fortalecer o conjunto comprovatório, a operação buscou atingiu de forma fatal o poder financeiro da organização. Foram realizadas a apreensão de aeronaves, sequestro de fazendas, apreensões, inclusive de arma de fogo e de dinheiro, bloqueio de valores encontrados em contas de mais de 100 pessoas físicas e jurídicas. Então, a polícia federal hoje desarticulou essa organização, justamente para evitar que o crime continue, mesmo após a prisão dos principais líderes e seus membros”, completou.
Aeronaves que eram utilizadas para o transporte de drogas (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Segundo Botelho, o Estado do Tocantins funcionava como uma espécie de base de suporte, uma vez que grande parte das drogas era transportada por meio de aviões.
“Tocantins funciona como ponto de apoio do esquema criminoso, tanto que aqui as aeronaves passavam por manutenção e alguns pilotos eram recrutados. Já o estado de Goiás tinha um dos principais líderes dessa organização, e por lá eles tinham hangares e pistas clandestinas para garantir a rota dos entorpecentes”, disse.
O delegado também destacou o poder de articulação da organização, o que exigiu um empenho maior na busca por apoio de agências internacionais. Pelo menos seis ordens de prisão foram solicitadas pela PF junto a Interpol.
“Por meio de colaboração policial, com a Polícia Anti-Terrorismo do Suriname e com agência de Narcóticos dos Estados Unidos, nós também conseguimos localizar e apreender um submarino feito justamente para transportar drogas do Suriname até a costa da África. Esse veículo tem capacidade de transportar até oito toneladas de drogas”, completou.
Os trabalhos continuam e mais pessoas podem ser presas pelo órgão. Alguns dos presos estão sendo levados para Palmas, onde a investigação teve origem.
Operação Flak from TV FOLHABV on Vimeo.
ESTE CONTEÚDO FOI ATUALIZADO*
*A matéria foi atualizada com correção das informações do número de prisões cumpridas na operação.