
O presidente estadunidense Donald Trump fez, na noite dessa terça-feira (4), ao Congresso do País, o primeiro discurso de seu segundo mandato. Parte da fala de 1h40 foi dedicada a reforçar as críticas ao antecessor Joe Biden, a política anti-imigração e o combate às facções criminosas, incluindo a venezuelana Tren de Aragua, “a mais perigosa do mundo” e que já atua em Roraima.
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Trump citou a facção venezuelana como a responsável pela morte de uma adolescente de 12 anos, conhecida como Jocelyn Nungaray. Em junho de 2024, dois venezuelanos, Johan Jose Martinez-Rangel e Franklin Jose Peña Ramos, que haviam entrado ilegalmente nos Estados Unidos, abusaram sexualmente e estrangularam a garota, e depois jogaram o corpo dela em uma vala. Eles estão presos.
A mãe da adolescente, Alexis Nungaray, acompanhou o discurso do Congresso e chorou quando o presidente relembrou o caso. Trump aproveitou o momento para anunciar que batizou com o nome da filha dela um santuário próximo de onde ela morava, em Houston, a cidade mais populosa do estado americano do Texas.
O presidente estadunidense foi aplaudido efusivamente de pé ao lembrar que, há duas semanas, designou Tren de Aragua e outras gangues e cartéis estrangeiros como “organizações terroristas estrangeiras”, mesma classificação do Estado Islâmico.
“E isso não é bom para eles. Incontáveis milhares desses terroristas foram recebidos nos EUA pelo governo Biden. Mas agora cada um será preso e removido à força de nosso País, ou se eles forem muito perigosos, colocados em prisões, sendo julgados neste País porque não queremos que eles voltem nunca”, declarou.
“Os cartéis estão travando uma guerra na América, e é hora de a América travar uma guerra contra os cartéis, o que estamos fazendo”, disse, citando o pedido de financiamento, feito aos congressistas, de um pacote de medidas para garantir proteção nas fronteiras dos Estados Unidos e a “maior operação de deportação da história americana”.
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Donald Trump também afirmou, durante o discurso, que “União Europeia, China, Brasil, México e Canadá nos cobram tarifas injustas” no comércio exterior e prometeu reciprocidade no dia 2 de abril. “Não deixaremos mais que os Estados Unidos sejam roubados por outros países”, disse.