Cotidiano

Fechamento da fronteira impede regresso de brasileiros

A preocupação dos familiares aumentou após a intensificação dos conflitos na cidade de Santa Elena de Uairén

O fechamento de todas as fronteiras da Venezuela não pegou somente os seus cidadãos de surpresa. Brasileiros que estavam no país também foram prejudicados com a determinação imposta pelo presidente Nicolás Maduro.

Desde o sábado, 23, dia em que os conflitos na região de fronteira se intensificaram, a redação da FolhaWeb tem recebido algumas mensagens de leitores informando que seus parentes não estão conseguindo retornar para casa.

A esposa de Eduardo, um funcionário público do Estado, foi até Santa Elena acompanhar amigos em uma viagem turística e acabou ficando presa na cidade. A preocupação do rapaz é grande, uma vez que além da violência desenfreada, o dinheiro que os três levaram está acabando rapidamente.

“A situação de lá é de guerra, muitos feridos e mortos, e tudo está sendo abafado pelo governo venezuelano. A Guarda Nacional está usando munição letal e decretaram toque de recolher. Tenho muito que possa acontecer algo com minha esposa e com os amigos dela”, relatou.

Na manhã deste domingo, 24, durante uma entrevista com veículos de imprensa, o assunto foi comentado pelo governador do Estado, Antônio Denarium (PSL). Segundo ele, já existem conversas com a embaixada do país na Venezuela e com Exército para providenciar a saída de brasileiros de forma segura.

“Segundo a embaixada, nós temos aproximadamente dois mil brasileiros vivendo na Venezuela, principalmente na região de Santa Elena, e temos informações do Exército que provavelmente hoje ou amanhã a fronteira vai ser aberta para a passagem de pedestres. Ou seja, essa situação deve se regularizar nesses dias”, destacou.

Já sobre os caminhoneiros que também estão sendo impedidos de regressar ao Brasil, Denarium informou que ainda está estudando um plano para retirá-los da Venezuela.

“Nós não temos informações da abertura da fronteira para caminhões. Amanhã, eu vou conversar e fazer um acompanhamento sobre a passagem desses veículos também”, completou.

A reportagem consultou a assessoria do Itamaraty, mas ainda não obteve retorno sobre o assunto.