
A Venezuela publicou, no domingo (9), um comunicado em que denuncia a Guiana de espalhar, na comunidade internacional, uma “falsa narrativa” contra os militares venezuelanos. O País governado pelo ditador Nicolás Maduro se refere à acusação de que um navio patrulha das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) entrou no mar guianense e abordou uma plataforma da petrolífera americana ExxonMobil.
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“O que o governo da Guiana não informa à chamada comunidade internacional é que as transnacionais petrolíferas e o Comando Sul vêm executando uma agenda de atividades de exploração, armazenamento e descarga de hidrocarbonetos na área em questão”, pontuou, no texto.
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No mesmo comunicado, as autoridades venezuelanas ainda denunciam as “posições tendenciosas” favoráveis à Guiana por parte de organizações regionais como a Caricom (Comunidade do Caribe). Para a Venezuela, elas assumem “uma posição de promotores de confronto” e estão “longe de contribuir para a solução da disputa territorial”.
A Venezuela entende que a operação do navio foi realizada em suas águas, não em águas guianenses. O País se ampara no Acordo de Genebra de 1966 e o interpreta como uma norma que “proíbe a exploração de recursos naturais na área reivindicada”.
“As operações marítimas da Marinha Bolivariana são realizadas em território venezuelano para salvaguardar a fachada atlântica, por isso a Venezuela rejeita as declarações do presidente da Guiana e as descreve como infundadas”, pontuou.
Historicamente, a Guiana reconhece o Laudo Arbitral de Paris de 1899, que concedeu a si o direito ao território de Essequibo, que representa 74% de sua área atual. Essa decisão é contestada até hoje pela Venezuela. O acordo de 1966 buscou reconhecer a insatisfação da nação venezuelana, sem mudar a situação do litígio centenário.