Polícia

Pais suspeitos de matar bebê são autuados em flagrante

Eles contaram que morte da criança aconteceu em 25 de dezembro do ano passado, razão pela qual cadáver estava totalmente decomposto

Diante da repercussão do caso dos pais que são suspeitos de terem matado a própria filha, de 7 meses de vida, cujo corpo foi encontrado no último domingo, 24, a reportagem da Folha procurou o delegado responsável pelo procedimento, Alberto Correia, para esclarecer que medidas foram adotadas após o casal ter sido entregue na delegacia de Caracaraí, cidade onde o fato ocorreu.

A autoridade policial esclareceu que ainda vai esperar o laudo do médico-legista confirmando a causa da morte, mas todos os indícios são de que, de fato, o homicídio ocorreu, seguido do enterro do corpo no quintal da residência. “Nós estamos aguardando o laudo que vai atestar a causa da morte, mas a princípio teria sido por sufocamento”, ressaltou Correia.

Durante depoimento, o delegado disse que o pai contou que deu um caldo para a criança, mas o bebê teria se engasgado e posteriormente, quando foi ver, a filha estava morta. A mãe confirmou a mesma versão.

No entanto, outra testemunha ouvida pelo delegado relatou que o homem teria esganado a criança. Alberto Correia salientou que todo o caso foi desvendado no domingo, seguido do flagrante. Não existia uma investigação sobre os fatos e todo o mistério que rondava o desaparecimento da vítima foi revelado no fim da manhã daquele dia.

Por fim, os pais contaram que a morte da criança aconteceu em 25 de dezembro do ano passado, razão pela qual o cadáver estava totalmente decomposto, restando apenas os restos mortais, envolvidos em um lençol. “Foram autuados em flagrante por ocultação de cadáver que é crime permanente”. Depois disso, foram encaminhados para a audiência de custódia, a fim de que a Justiça decida pela manutenção da prisão do casal.

O CASO – No terreno de uma casa simples, localizada na rua D-01, bairro Santo Antônio, área de invasão às margens da BR-174, no município de Caracaraí, Centro Sul do Estado, os pais esconderam o corpo da vítima.

Os policiais militares, lotados em Caracaraí, relataram que foram acionados pelo Conselho Tutelar do município para averiguar a denúncia de que o casal, identificado como C.R de O.P., 35 anos, e V.G. dos P., de 34, teria matado a filha e ocultado o cadáver.

Ao ser questionado sobre o paradeiro da criança, o pai justificou que ele e a esposa entregaram para outros familiares que moram próximo à Vila Novo Paraíso, Sul do Estado, território de Caracaraí, para que cuidasse dela. Não convencidos da resposta, policiais e conselheiros foram até o imóvel do casal, onde foram recebidos pela mãe da criança. Na versão dela, a filha faleceu, fizeram o enterro no quintal da casa e construíram um canteiro em cima da cova para esconder o corpo e não levantar suspeitas. No canteiro, já estavam plantados pés de cebolinha.

Feita revista no local e diante das confissões, o próprio pai da criança desenterrou o corpo. Dentro da casa também foi apreendida uma espingarda calibre 20. Duas filhas do casal também testemunharam o momento em que o corpo foi achado. As duas meninas foram entregues para o Conselho Tutelar. Uma delas detalhou que viu quando o pai matou a irmã mais nova, ocasião em que ele teria enforcado a criança porque chorava muito e não quis beber o leite.