A Universidade Federal de Roraima (UFRR) está implantando o projeto “Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação”, aprovado na chamada CNPq/MCTIC Nº 31/2018 e que vai beneficiar pelo menos 120 estudantes femininas do ensino médio de quatro escolas de Roraima: Tancredo Neves, Ayrton Senna, Gonçalves Dias e a Escola Indígena Manoel Horácio, do Município de Amajari. Serão selecionadas 30 estudantes de cada unidade, mas algumas da UFRR que serão convidadas.
Segundo a professora da UFRR Marcelle Alencar Urquiza, coordenadora do projeto em Roraima, o programa é voltado exclusivamente para estudantes mulheres e o objetivo é colaborar para o aumento da representatividade feminina nas ciências.
“O CNPq detectou a pouca presença de meninas nos cursos de ciências e tecnologia no Brasil, e para levarmos o estímulo à participação das estudantes de Roraima estamos oferecendo oficinas de robótica que discutem várias áreas, inclusive a física, eletricidade, computação e assim estimular estas estudantes a conhecer esse universo das ciências e ajudar a escolher o curso do vestibular”, disse.
Ela explicou que o grupo de iniciação científica e professores dos departamentos de Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica e Física da UFRR estão montando a programação para capacitar as professoras de física das escolas participantes e duas alunas dos segundo e terceiro anos, de cada escola, que vão fazer iniciação científica júnior. As professoras e as alunas que serão capacitadas para trabalhar nas oficinas já foram selecionadas e as alunas que vão participar das oficinas serão selecionadas no início do ano letivo da rede estadual de ensino.
“Quando começarmos as oficinas, estas professoras alunas vão ajudar na organização dos laboratórios e nas práticas das aulas”, disse. “As oficinas serão realizadas na UFRR e nos laboratórios de cada escola escolhida e a seleção das alunas será por histórico e currículo”, afirmou.
As oficinas serão iniciadas no mês de abril e acontecem no horário oposto ao das aulas, apenas duas vezes por mês até o fim do ano, de modo a não prejudicar o andamento da grade curricular.
“Neste período, haverá amostras de trabalhos, competições e dinâmicas em grupo. Mas estamos ainda elegendo o que se vai construir, se vão ser robôs, que protótipos, e para que fins serão estes conhecimentos”, disse.
Marcelle destaca que são muitos os obstáculos a serem enfrentados pelas mulheres no campo das ciências e lembrou que, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), apenas 28% dos pesquisadores de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática do mundo são mulheres.
“É essa realidade que o CNPq pretende mudar e oferecer conhecimento na área de física para todas as alunas do ensino médio do País”, finalizou. (R.R)