Cotidiano

Identidades falsas não são registradas em Roraima desde 2015

Há uma diversidade nos procedimentos feitos no Instituto de Identificação Odílio Cruz (IIOC) que permitiram a inexistência de casos com identificações falsas em Roraima

Roraima tem um dos cinco melhores institutos de identificação do País para evitar a falsificação de Registos Gerais (RG). A constatação foi feita após uma pesquisa com 250 peritos que prestam serviços para instituições bancárias no Estado de São Paulo, em que perceberam que a chancela feito pelo diretor roraimense era uma das mais difíceis de copiar.

Além da assinatura, há uma diversidade nos procedimentos feitos no Instituto de Identificação Odílio Cruz (IIOC) que permitiram a inexistência de casos com identificações falsas em Roraima desde 2015. Os casos registrados geralmente ocorrem com documentos de outros territórios federais, principalmente de membros de facções criminosas.

O diretor Amadeu Rocha explica que os criminosos utilizam da facilidade da informática para o documento falso, mas que em muitos casos chegam com uma certidão de nascimento de outra pessoa e afirmam que perderam o RG original.

“Já tivemos aqui um caso de uma pessoa que trouxe a certidão do Maranhão e fez a identidade com o nome do irmão, mas ele estava com um processo de legalização na Defensoria Pública e nosso sistema identificou a parte biométrica e biográfica”, disse.

A questão de poder fazer a emissão de um novo registro em diferentes Estados possibilita que as chances de falsificação aumentem, para isso, os diretores dos institutos procuram viabilizar um documento único, porém, os custos disso são altos para as unidades federativas. Para tentar inviabilizar que os documentos falsificados, há um controle por meio de uma numeração da Casa da Moeda e perfuração do Estado.

“É feito um rastreamento desse documento. Pode pegar uma cédula original, mas pode ter sofrido um desvio no transporte já que as quadrilhas estão se especializando. Em cima dessas cédulas, que tem todos os elementos de segurança, é feito a falsificação e são inseridos os dados biográficos e a digital. Em tese, é perfeita, mas a impressão digital e o nome não são da mesma pessoa da foto”, prosseguiu.

Nesses casos, é feito um trabalho de conversa com todos os diretores dos institutos do Brasil para que possam ser identificados quais os problemas encontrados e dados que foram colocados para falsificar o documento. “A polícia só vai agir quando tem a notícia do crime, mas até isso ocorrer, há todo um planejamento para poder executar. Por isso, o processo de investigação é demorado”, completou o diretor.

Com a demora nas investigações, as organizações criminosas se aproveitam e acabam conseguindo mais brechas para emitirem outros documentos falsos, mas que, após identificados, as punições são aplicadas devidamente conforme a lei.