PARALISAÇÃO

Trabalhadores da saúde indígena aprovam greve após assembleia geral

Profissionais reclamam de atrasos no pagamento de benefícios, más condições de trabalho e falta de suporte nos territórios indígenas.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Os trabalhadores da saúde indígena, que atuam nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Yanomami e Leste, decidiram em assembleia geral extraordinária, realizada nesta quarta-feira (12), entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (17). A paralisação, que será por tempo indeterminado, foi aprovada diante da falta de respostas às reivindicações da categoria, que incluem atrasos salariais, más condições de trabalho e falta de segurança nos territórios indígenas.

Denúncias dos trabalhadores

“A situação está caótica. Desde janeiro de 2023, quando foi declarada emergência na saúde indígena, esperávamos melhorias, mas só vemos a situação piorar”, afirmou a presidente do Siemesp/RR (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Serviço de Saúde de Roraima), Joana Gouveia, em entrevista à Folha, concedida na última segunda-feira (10).

Entre os principais problemas estão o não pagamento de benefícios como adicional noturno e ajuda de custo por pernoite, a falta de reajuste salarial e a insalubridade não reconhecida para quem atua em territórios indígenas.

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A falta de segurança também foi um ponto destacado pelos profissionais. “Muitos entram no território com medo, mas são obrigados a trabalhar porque dependem do emprego para sustentar suas famílias”, lamentou a presidente do sindicato.

Além disso, os trabalhadores enfrentam a falta de comunicação em polos-base, contaminação da água, dificuldades no transporte aéreo para emergências e a centralização das decisões administrativas em Brasília, o que retarda a resolução de problemas locais.

A pauta de reivindicações inclui:

  • Pagamento de insalubridade grau máximo para todos que atuam em território indígena;
  • Pagamento dos pernoites fixo mensal;
  • Reajuste salarial de 8% para todas as categorias;
  • Disponibilização de voos regulares para remoções e trocas de equipes;
  • Implementação de comunicação (internet) em todos os polos-base e subpolos;
  • Fornecimento de água potável e gás de cozinha em território indígena;
  • Disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);
  • Transporte adequado para os trabalhadores da Casa de Saúde Indígena (CASAI);
  • Conforto adequado para o descanso dos profissionais.

A greve deve impactar diretamente o atendimento à população indígena, especialmente na região englobada pelo DSEI Yanomami, onde a situação já é considerada crítica.

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