A reportagem da Folha conseguiu ter acesso ao relatório da audiência de custódia dos pais da criança supostamente assassinada e enterrada nos fundos do quintal da residência do casal, no município de Caracaraí, cujo corpo foi localizado no último domingo, dia 24, depois que conselheiros tutelares e policiais militares procuraram a família para saber do paradeiro do bebê de apenas sete meses de vida.
O juiz decidiu que o casal deveria ficar preso pela prática dos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e porte ilegal de arma de fogo, como destacam, respectivamente, os artigos 121 e 211 do Código Penal Brasileiro (CPB) e 12 da lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento). A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva.
Depois de deixar a audiência com a Justiça, o casal foi levado para fazer exame de corpo de delito e, posteriormente, encaminhado para o sistema prisional, onde ficará à disposição do Poder Judiciário.
O CASO – No terreno de uma casa simples, localizada no bairro Santo Antônio, área de invasão às margens da BR-174, no município de Caracaraí, os pais esconderam o corpo da vítima.
Policiais militares relataram que foram acionados pelo Conselho Tutelar do município para apurar a denúncia de que o casal, identificado como C.R de O.P., 35 anos, e V.G. dos P., de 34, teria matado a filha e ocultado o cadáver.
Ao ser questionado sobre o paradeiro da criança, o pai justificou que ele e a mulher a entregaram para outros familiares que moram próximo à Vila Novo Paraíso, Sul do Estado, território de Caracaraí, para que cuidassem dela. Não convencidos da resposta, policiais e conselheiros foram até o imóvel do casal, onde foram recebidos pela mãe da criança. Na versão dela, a filha morreu, fizeram o enterro no quintal da casa e construíram um canteiro em cima da cova para esconder o corpo e não levantar suspeitas. No local, já estavam plantados pés de cebolinha.
Feita revista no imóvel e diante das confissões, o próprio pai da criança desenterrou o corpo. Dentro da casa foi apreendida uma espingarda calibre 20. Duas filhas do casal também testemunharam o momento em que o corpo foi achado. As duas meninas foram entregues para o Conselho Tutelar. Uma delas detalhou que viu quando o pai matou a irmã mais nova, ocasião em que ele teria enforcado a criança porque chorava muito e não quis beber o leite. (J.B)