FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
O governo anunciou na segunda-feira, 25, o pagamento a terceirizadas após uma auditoria fiscal na Secretaria da Fazenda (Sefaz). Os funcionários da Haiplan, Limponge e Lidan afirmaram que ainda não receberam nada e que após tentarem contato com os responsáveis pelas empresas o pagamento anunciado pelo governo foi desmentido.
De acordo com o governo, entre os dias 9 e 11 de janeiro, foram efetuados pagamentos a seis empresas que prestam serviços à Secretaria de Educação e Desportos (Seed) e à Secretaria de Saúde (Sesau), o que totalizou R$ 5.106.293,73.
Ainda segundo a nota divulgada pelo governo, a empresa Cometa recebeu R$ 604.502,94 em 28 de janeiro referente a um débito de dezembro de 2017 e R$ 32.786,85 em 31 de janeiro relativo a agosto de 2018. A empresa União Comércio recebeu R$ 657.214,52, em 11 de janeiro deste ano, para o serviço prestado em setembro de 2018, e a Atlântica recebeu R$ 57.672,57, mas não teve a data especificada.
A Haiplan teria recebido três aportes: R$ 196.925,90, em 9 de janeiro de 2019 e R$ 166.834,46, em 31 de janeiro, ambos referentes a agosto de 2018 e por fim, R$ 270.049,30, valor da repactuação de janeiro a dezembro de 2017. Já a Lidan, teve valor referente a 2017 liquidado no dia 31 de janeiro de 2019, na ordem de R$ 447.505,76, dos processos relacionados à Sesau. A empresa Gilce Pinto (Limponge) recebeu R$ 119.342,14, em 31 de janeiro.
Os terceirizados das empresas Lidan, Haiplan e Limponge permanecem acampados em frente ao Palácio Senador Hélio Campos afirmando que ainda não receberam nada e na manhã de ontem, 28, protestaram na sessão da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR). Os servidores buscavam respostas sobre o pagamento.
Com o intuito de ouvir a versão das empresas sobre a situação, a Folha foi às três empresas cujos funcionários continuam protestando: Lidan, no bairro Buritis, e Haiplan e Limponge, que ficam no mesmo prédio no Centro.
Os funcionários da Lidan informaram que nenhum responsável se encontrava no local. Pedimos um número para contato e os atendentes afirmaram que não estavam autorizados a dar.
No prédio em que funcionam Haiplan e Limponge, também fomos informados que não havia um responsável para conversar sobre o assunto e nenhum contato pôde ser repassado à equipe da Folha. Também deixamos um contato e estabelecemos um prazo, mas não houve resposta até o fechamento deste material.
Conflitos de informações afetam funcionários terceirizados
“Fome dói”. Este foi um dos muitos gritos que se pôde ouvir dos terceirizados durante a sessão na Assembleia Legislativa ontem, 28. Enquanto o governo anuncia os pagamentos e as empresas negam, os funcionários terceirizados continuam com os protestos, bem como continuam recebendo contas para pagar e têm dificuldades para se alimentar, pois todos afirmam que o pagamento referente a janeiro, que receberam de fato, “não deu para nada”.
“Nós estamos aqui [ALE] porque ele [governador] diz que pagou e a empresa diz que não pagou, mas nós torcemos para que ele tenha pagado, porque assim vamos felizes para casa” disse Ivana Reis, funcionária.
Já uma funcionária da Limponge que optou por não se identificar afirmou que a empresa não tem dialogado com os funcionários. “Só vemos informações na internet e por isso viemos até aqui [ALE]”. Ela afirmou que recebe pelo banco e que o último contato que teve com a empresa foi ano passado.
“A situação em casa está precária. Recebi referente a janeiro deste ano e não deu para nada, nada mesmo. E ficamos de mãos atadas, nossos filhos precisam ir para a escola e não tem nem como comprar o material e quem nós dá alimentos são parentes e pessoas que nos ajudam na tenda”, contou a terceirizada.