Cotidiano

Quilo do feijão chega a quase R$ 10 em Boa Vista

Aumento está ligado à baixa produção e ao frete caro para a Região Norte; valores devem se manter até próxima safra

Nas prateleiras, o feijão se tornou mais um produto básico com aumento drástico no preço. No começo do ano, o quilo poderia ser encontrado a partir de R$ 3 em alguns supermercados da cidade. Já no começo de março, o valor chega a quase R$ 10, um aumento de mais de 230%.

Em alguns pontos comerciais, em específico no bairro Tancredo Neves, o valor mais barato entre o quilo de feijão carioca e o preto é a partir de R$ 4,30, e o mais caro, R$ 8,95. Pouco mais à frente, no bairro União, os preços variam entre R$ 6,99 e R$ 9,29.

O custo pegou o agricultor Nilton Silva de surpresa enquanto fazia as compras do mês. Para ele, infelizmente, a opção é deixar de comprar o alimento mesmo que seja um item básico na mesa. Não foi muito diferente do sentimento de outra cliente, que preferiu não se identificar.

“As coisas aumentam e não sabemos o que acontece, talvez fosse algo no plantio deles e tiveram que aumentar o preço do feijão. Fica complicado isso”, reclamou. Nos mercados do Centro de Boa Vista, a disparada do preço levou o feijão a custar R$ 9,69, o maior valor encontrado pela equipe da Folha em pesquisa.

Conforme explicou o gerente de supermercado Odair Braga, por se tratar de um alimento não regional, a distância para entrega no Estado influencia no preço cobrado para o cliente. “Acredito que o motivo seja a safra, que produziu pouco, por conta disso aumenta para cá porque se paga frete, imposto e tudo que acarreta aumento”, comentou.

Braga relatou que mesmo com o aumento significativo, não foi registrada diminuição nas compras, justamente por se tratar de um dos alimentos mais consumidos pela população. Contudo, ele estima que a melhoria no plantio deva levar à diminuição do preço, mas que ainda não há uma data prevista para isso acontecer.

Em outras regiões, o aumento também já foi percebido no bolso dos clientes e a explicação está na baixa produção da safra e demanda alta. Alguns Estados, como Goiás, Paraná e Minas Gerais, também passaram por período de poucas chuvas durante o tempo do plantio, que foi de dezembro a janeiro, o que fez reduzir a colheita.