Política

Telmário afirma que fará apoio crítico ao governo federal

O Partido Republicano da Ordem Social (Pros), sinaliza para uma possível conversa com o governo, mas o senador disse que pretende ser favorável às pautas positivas para o Brasil

LEO DAUBERMANN

Em entrevista ao programa Agenda da Semana desse domingo, 03, na Rádio Folha FM 100.3, o senador Telmário Mota (Pros) disse que o Partido Republicano da Ordem Social, do qual é o líder no Senado, sinaliza para uma possível conversa com o governo, mas afirma que fará apoio crítico ao Executivo Federal.

“Nós não estamos em oposição, vamos conversar com o governo e aquilo que for bom para a população brasileira terá nosso total apoio. Aquilo que entendermos não ser benéfico para o Brasil, não vamos nos privar de criticar e nos posicionar contrários”, disse.

O senador destacou, no entanto, que não vai mais admitir o que ele chamou de “intervenção federal”, no Estado. “Roraima não aguenta mais essa intervenção federal aqui dentro, trabalhando contra os interesses do povo roraimense. Vinte e quatro anos esses órgãos federais fizeram governo paralelo no Estado de Roraima, temos a questão fundiária como um dos exemplos clássicos. Não vamos mais admitir isso”, afirmou.

Telmário disse, durante a entrevista, que será indicado para assumir a presidência da Comissão do Mercosul, dada a importância, de acordo com ele, das relações com a Guiana e com a Venezuela, e anunciou a ida, na tarde de domingo, à cidade de Santa Elena de Uairén, cidade que faz fronteira com o Brasil, para uma reunião com o governador do Estado Bolívar, Justo Noguera Pietri, na tentativa de reabrir a fronteira para as relações comerciais com o Brasil.

“O Brasil tem a tradição de ser um país mediador, pacificador, sempre mantivemos uma relação harmônica com a Venezuela, e é nesse sentido que irei ao encontro com o governador do Estado Bolívar, que é aliado do presidente [Nicolás] Maduro. Minha maior preocupação é garantir a nossa energia, tenho receio que o fornecimento seja suspenso de vez”, falou.

O senador criticou a forma como o governador Antonio Denarium está lidando com a situação. “Desde o início eu dizia que fechando a fronteira com a Venezuela, Roraima teria prejuízo, porque o Estado importa e exporta. Nós temos uma relação comercial muito forte com o nosso vizinho. O governador queria tanto fechar a fronteira, só pensando nessa questão pequena da migração e esqueceu esse ponto maior. Agora ele manda abrir, mas ao invés de ver a Venezuela como um parceiro macro, ele manda esses empresários para vender produtos de supermercado”, criticou.

Quanto aos itens da ajuda humanitária, o senador ressalta que deveriam ficar no estado. Os alimentos para serem distribuídos aos imigrantes venezuelanos que estão nos abrigos ou nas ruas de Pacaraima e da capital Boa Vista. Os remédios, de acordo com Telmário, deveriam ser entregues ao HGR (Hospital Geral de Roraima) para atender a grande demanda, inclusive de venezuelanos.

Bancada – Durante a entrevista ao Agenda da Semana, o senador Telmário Mota disse que os três senadores irão trabalhar em conjunto com a bancada de deputados federais, para tentar resolver os gargalos que impedem o desenvolvimento de Roraima.

“Conversei com o Messias [de Jesus] e com o Chico [Rodrigues], disse que os senadores de Roraima sempre trabalharam individualmente e agora nós deveríamos trabalhar harmonicamente, pensando no melhor para o Estado. Acordamos que os assuntos de gargalo, como a questão energética, a dívida do Estado, a mosca da carambola e a questão fundiária serão trabalhadas e publicadas conjuntamente, usando toda a nossa força”, destacou.