Cotidiano

Deputados debatem Linhão de Tucuruí no Amazonas

Roraima vive uma insegurança energética ao depender de energia comprada da Venezuela

Uma comitiva formada por onze deputados estaduais participará de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), sobre as obras da linha de transmissão de energia entre Roraima e Amazonas, o chamado Linhão de Tucuruí. O evento será realizado nesta segunda-feira (11), a partir das 9h, e busca verificar junto às instituições envolvidas quais os entraves para que a obra seja iniciada. O impasse sobre a construção segue desde 2011.

A audiência foi proposta pelo deputado Sinésio Campos (PT-AM), presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás Energia e Saneamento da Aleam. Parte do Amazonas está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN), no entanto, alguns municípios ainda dependem de termoelétricas.

O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jânio Xingu (PSB), explicou que as tratativas para a audiência iniciaram no Parlamento Amazônico, grupo de deputados da Amazônia Legal brasileira voltado para defender os interesses econômicos e sociais da região.

O parlamentar ressaltou que esta é uma bandeira de luta antiga dos deputados estaduais, que já se reuniram inclusive com o ex-presidente Michel Temer, com participação na época de deputados federais e senadores, reivindicando o início das obras. “Vamos levar essa demanda novamente e esperamos tirar frutos disso e sensibilizar as autoridades nacionais para que essa obra se torne realidade, porque já se passaram oito anos e ela nem começou.”

O governo federal afirmou que pretende manter diálogo com as comunidades indígenas afetadas pela construção do Linhão de Tucuruí e que irá transformar a obra em uma questão de “segurança nacional”. No entanto, os parlamentares querem garantir a efetivação desta obra, cuja falta tanto prejudica o povo roraimense.

Roraima é o único estado do Brasil excluído do Sistema Interligado Nacional (SIN) e a população vive uma insegurança energética, pois a maior parte da energia consumida é comprada da Venezuela, que enfrenta uma grave crise econômica e humanitária. O contrato encerra em 2021, sem garantias de renovação, ainda com o risco de ser interrompido a qualquer momento. Uma pequena parte da energia elétrica local é fornecida por usinas termelétricas, altamente onerosas e poluentes.

Além dos parlamentares de Roraima, foram convidadas instituições como a Funai (Fundação Nacional do Índio), Agência Nacional de Mineração (ANM), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Ministério das Minas e Energia, Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

A comitiva roraimense será formada pelos seguintes deputados:

Jânio Xingu (PSB)

Soldado Sampaio (PCdoB)

Aurelina Medeiros (Podemos)

Ione Pedroso (Solidariedade)

Nilton do Sindipol (Patri)

Lenir Rodrigues (PPS)

Jeferson Alves (PTB)

Neto Loureiro (PMB)

Chico Mozart (PRP)

Betânia Medeiros (PV)

Coronel Chagas (PRTB)