É comum passar por períodos de stress, tristeza, luto e conflito, onde as pessoas não se sentem muito bem, essa é uma das principais dúvidas na hora de procurar por ajuda profissional, saber quando é preciso.
De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, a prioridade da comunidade psiquiátrica é identificar e atender aqueles que tem doenças mentais diagnosticáveis, mas a ajuda psicológica para quem tem algum problema que não seja tão óbvio é igualmente importante.
A constante tristeza, cansaço, dores de cabeça podem ser sinais de que está na hora de marcar uma consulta. “As pessoas podem se sentir ansiosas ou tristes, mas quando esses sintomas aparecem com muita intensidade prejudicando sua rotina, é hora de procurar ajuda” explica.
Se o paciente percebe que suas emoções são muito intensas e se sente dominado por sensações ruins como raiva ou tristeza é hora de marcar uma consulta. “A consulta psiquiátrica ou psicológica deve surgir ainda nos primeiros sintomas, mas normalmente, as pessoas só procuram o médico quando o assunto virou uma bola de neve” diz.
A constante tristeza, cansaço, dores de cabeça podem ser sinais de que está na hora de marcar uma consulta (Foto: Divulgação)
A terapia pode ser essencial para o paciente que passou por um trauma, perda ou momento difícil e que não consegue superar. Para o médico, dor de uma morte na família, a perda do emprego, uma briga com uma pessoa querida pode ser suficientes para exigir algum tipo de aconselhamento.
Ele explica que outros sintomas recorrentes são os físicos, baixa imunidade, dores no estomago, falta de apetite e dores de cabeça constantes podem ser sintomas de doenças psicológicas.
“Muitas vezes o paciente acredita que é um mal-estar comum e passageiro causado por algo específico, mas existe todo um problema por trás” diz.
ARTIGO
Estou louco?
Por Roberta D’albuquerque, psicanalista
Em resposta à minha coluna da semana passada, recebi algumas (muitas –
que bom!) mensagens. Eram depoimentos, perguntas, comentário,
descontentamentos. Dentre elas, uma em particular chamou a minha
atenção. Faço aqui a reprodução exata do e-mail enviado da Austrália
(embora este texto não seja publicado por lá, há alguém nos lendo de longe novamente, que bom!):
Roberta
Minha vida é ótima. Família. Trabalho. Amores. Até conta bancária. Gosto de mim. Gosto de tudo. Gosto. Não mudaria uma vírgula. Ainda assim quero
fazer análise. Quero começar já. Se possível hoje. Estou louco?*
Meu trecho preferido é, sem nenhuma dúvida, o “Na verdade não mudaria
uma vírgula”. Por que? Porque no e-mail inteiro, nenhuma vírgula foi usada.
Nem umazinha. Um e-mail enviado para alguém que não vive sem vírgulas,
parênteses, travessões, dois pontos, reticências – muitas reticências. Para
alguém que não vive sem pausas, idas e voltas em um discurso que não
cansa de se pensar, de se revisar, de se visitar.
Pontos finais (como usou 12 vezes meu interlocutor de terras distantes em
um e-mail de 35 palavras – quase 3 por palavra) são marcas de certeza, de
fechamento de raciocínio. Já vírgulas são janelas. Abrem possibilidades,
abrem novos pontos de vista, furam convicções.
Na menção de uma vírgula inexistente está posta a oportunidade para todo e
qualquer tipo de sinal de pontuação. Na menção da grande dúvida que
finaliza o texto, está posta a oportunidade de questionamentos outros
(tantos). Sobre o já e o hoje falamos outro dia. Cada um, eu inclusive, a seu
tempo. Boa semana queridos.
* Como sempre gosto de lembrar, o remetente desta mensagem foi
consultado para autorizar a publicação do seu conteúdo.