Cotidiano

Marmitas plásticas são jogadas nos arredores da Pamc

Material plástico usado para acondicionar alimentos demora cerca de 200 anos para se decompor

As refeições dos detentos do sistema prisional são fornecidas por meio de um contrato de empresas terceirizadas com o governo do Estado. A comida é levada aos presos em marmitas plásticas, porém, o descarte desse material tem ocorrido de forma incorreta. Nos arredores da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), por exemplo, há uma grande quantidade de sacos plásticos e restos de vasilhas descartáveis jogados de forma indiscriminada na área.

A equipe da Folha esteve no local no sábado, 9, e percebeu que o lixo está espalhado ao redor de toda a Penitenciária Agrícola. Foi possível observar que, aparentemente, um trator tenha passado recentemente retirando um pouco do lixo, o que não resolveu o problema.

Conforme o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o tempo de decomposição do alumínio na natureza é de aproximadamente 200 anos. Já para itens plásticos, pode chegar a 400 anos.

O ministério alerta que aproximadamente um quinto do lixo no Brasil é composto por embalagens, sendo quase 25 mil toneladas de embalagens que vão parar todos os dias nos depósitos.

Ou seja, as embalagens, quando consumidas de maneira exagerada e descartadas de forma regular ou irregular contribuem para vários problemas.

“O esgotamento de aterros e lixões, a degradação de outros resíduos, ingestão por animais causando sua morte, poluição da paisagem, danos à rede elétrica [sacolas que se prendem em fios de alta tensão], e muitos outros tipos de impactos ambientais menos visíveis ao consumidor final (o aumento do consumo aumenta a demanda pela produção de embalagens, o que consome mais recursos naturais e gera mais resíduos]”, informa o ministério.

A orientação dada pelo MMA é que a população, os órgãos públicos e privados foquem na redução do consumo desnecessário e na correta separação e destinação do lixo.  

“Compramos somente aquilo que é necessário, reutilizamos o que for possível e mandamos para reciclagem materiais recicláveis e para a compostagem os resíduos orgânicos”, orientou.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com o governo do Estado para saber como é feito o descarte de lixo da unidade. A Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) informou em nota que limpou a área, porém, não divulgou quando ocorreu a limpeza.

A Sejuc acrescentou que construiu uma estrutura improvisada onde o lixo deve ser colocado. Na imagem divulgada pelo governo do Estado, é possível observar uma pequena estrutura feita com restos de madeira. “A coleta do lixo é feita por empresa contratada pelo Município de Boa Vista”, reforçou a Sejuc.

A Folha também entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) para saber sobre a coleta de lixo no local e se há previsão de limpeza do terreno, porém, não recebeu resposta até a conclusão da matéria.