Dayana Barcelar Brasil foi atropelada por um caminhão em 24 de fevereiro deste ano. O motorista não prestou socorro. Ela quebrou uma perna e a bacia e até o momento continua aguardando por cirurgia no Hospital Geral de Roraima (HGR). A paciente afirma que pode perder o movimento das pernas e está sentindo muita dor desde que o acidente ocorreu.
“Tenho minhas crises, por conta dos ossos que estão quebrados, e sempre no corredor dá para ouvir meus gritos de dor. Meus amigos ficam sem saber o que fazer. Algumas pessoas falam coisas que não devem, pois acabam ‘machucando os sentimentos’ e eu fico mais aflita”, contou.
Aubeniza Carvalho, amiga de Dayana, chegou a questionar os médicos sobre o que faltava para a cirurgia ser realizada, mas não obteve resposta. Sua intenção era arrecadar o material necessário para o procedimento cirúrgico.
“Eu perguntei o que é necessário, mas me disseram que, se fizermos uma doação, não seria exatamente para ela [Dayana], seria para quem estivesse na frente dela, sendo para o hospital e não para paciente”, declarou Aubeniza.
Dayana corre o risco de não conseguir mais andar e teme por não poder voltar a praticar esportes, como sempre fez. Mas a sua maior preocupação é com seu filho.
“Meu maior medo é de não poder mais andar e não poder proteger meu filho”, lamentou.
OUTRO LADO – Em nota, a Sesau informou que tem realizado os procedimentos necessários para o atendimento da paciente e que espera a realização da cirurgia em questão em breve. Confira a nota na íntegra:
“A Sesau informa que a paciente já foi medicada e está recebendo assistência médica no HGR. Quanto à cirurgia ortopédica a qual ela aguarda ser feita, a Sesau aguarda para os próximos dias, a chegada dos materiais médico-hospitalares necessários para a realização do procedimento.
Esses itens são frutos dos processos emergenciais de aquisição, tendo em vista a crise no abastecimento que as Unidades de Saúde enfrentam. Ressalta que foi a maneira mais célere que a atual gestão encontrou para dar início à regularização do abastecimento das Unidades de Saúde do Estado, que vivenciam uma crise que dura pelo menos seis meses.
Foram abertos quatro processos emergenciais para a compra de medicamentos e materiais médico-hospitalares. Um deles (ortopedia e neurocirurgia) foi revogado, porque não houve preços compatíveis com o mercado, pois estavam muito acima do estimado. Esse processo já foi reaberto e deve se encerrar até 15 de março. Vale ressaltar que já foram recebidas propostas com preços adequados.
Quanto aos outros três processos (medicamentos, materiais básicos e materiais laboratoriais, radiológicos e hemodinâmicos), em todos houve itens frustrados, com propostas rejeitadas por sobrepreço, mas uma parte foi bem sucedida e já foi contratada.
Em relação a esses três processos, em que uma parte de itens também foi rejeitada por sobrepreço, já foi possível obter propostas com preços adequados. Vale destacar que os itens começaram a chegar gradativamente e as entregas devem ser intensificadas nesse período pós-carnaval.
Com a normalização do abastecimento nas Unidades, será possível a retomada das cirurgias eletivas, que não são realizadas atualmente por conta da interdição ética do Centro Cirúrgico pelo Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR)”.