Após a confirmação do primeiro caso de Influenza A (H1N1) em Roraima, o Ministério da Saúde irá antecipar a disponibilidade da vacina no Estado. Para evitar um surto da gripe, as doses devem chegar 20 dias antes da campanha nacional, com início marcado para 15 de abril e encerramento em 31 de maio. A meta é imunizar os grupos prioritários.
Em coletiva de imprensa na manhã dessa quarta-feira, 13, a equipe da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) informou que a elaboração da vacina ainda não foi finalizada e por isso não era possível saber a quantidade de doses que serão enviadas, porém a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) deve solicitar um número maior para atender também os imigrantes.
Parte da espera para a chegada da vacina é explicada pela produção das doses aplicadas. “Todo ano, mudam os componentes da vacina. Passam o ano fazendo a coleta nos pacientes que chegam aos hospitais com suspeita [da gripe] para saber qual vírus que está circulando”, disse Carmen Muniz, gerente do Núcleo Nacional do Programa Nacional de Imunização (NEPNI).
A equipe garantiu que o vírus H1N1 não é desconhecido e não houve mutação desde o ano anterior, o que implica a importância da vacinação. Parte das ações feitas para evitar uma epidemia foram orientações dadas a profissionais de saúde de todo o Estado para identificação dos primeiros sintomas.
A vacinação será prioritária para grávidas, puérperas com até 45 dias após o parto, indígenas, idosos e pessoas privadas de liberdade. A população que não está classificada como público-alvo deve se prevenir com higienização das mãos e melhoria na alimentação.
“O público geral não será imunizado e irá se autoprevenir”, completou Carmen.
De acordo com Lincoln Valença, diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DPE), não há falta de medicamentos para o tratamento do H1N1 em Roraima. No caso confirmado da jovem de 26 anos, foi feita a medicação e ela recebeu alta ainda na noite de terça-feira, 12.
Valença ressaltou ainda que o Estado irá oferecer medicamentos para as unidades privadas de saúde realizar o tratamento de forma mais rápida e imediata. Os representantes da CVGS apontaram que as pessoas dentro do grupo de risco podem desenvolver a doença de forma mais grave e que para isso ser evitado é importante não deixar de se vacinar. A cobertura vacinal no ano passado atingiu apenas 74% em todo o Estado.
SUSPEITOS – A Sesau investigava outros dois casos suspeitos de H1N1, que foram descartados depois de exames laboratoriais. De acordo com a gerente do Núcleo do Controle da Influenza, Aryuska Menezes, é possível que a partir de abril o número de registros aumente devido ao período sazonal de epidemiologia, mas que devem ser controlados com a campanha antecipada.
A jovem acometida pela doença é boa-vistense e viajou para o Amazonas, que enfrenta um surto da doença com 91 casos confirmados e 24 mortes. Mais de 475 casos de gripe grave foram notificados e estão sendo investigados no Estado vizinho, que também será prioridade do Ministério da Saúde no recebimento das vacinas.
“A jovem ficou menos de 24 horas na unidade porque não faz parte do grupo de risco e não desenvolveu um quadro grave. Os hospitais já sabem como proceder nos casos de gripe”, explicou.