Um posto móvel de combustíveis será inaugurado nesta sexta-feira, 22, em Pacaraima. A intenção é resolver o problema de desabastecimento no município depois que a fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada por decisão do presidente Nicolás Maduro. Há um mês os pacaraimenses ficaram sem acesso ao posto na fronteira, porém do lado venezuelano.
A iniciativa partiu do prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, que procurou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para instalação do posto móvel.
“O posto vai funcionar com tanque submerso, atendendo à legislação da ANP que facilita essas questões de urgência em casos especiais. Não vai ficar permanente, mas vai atender a população, tendo em vista esse problema do fechamento da fronteira”, explicou Torquato.
De acordo com o prefeito, essa não é a primeira vez que o município sofre com a falta de combustível. Ele revelou que a prefeitura estava com o projeto pronto e, devido à situação crítica de abastecimento, foi colocado em execução. Uma empresa privada será responsável pelo abastecimento.
“Vai ser instalado um tanque submerso ao ar livre e uma bomba normal de contagem com filtros. Vai atender normalmente respeitando a legislação”, reforçou.
A Folha conversou com o chefe do Núcleo Regional de Fiscalização de Abastecimento da ANP, em Manaus, Leônidas Araújo Vilhena. Ele informou que a abertura do posto já deva acontecer nesta sexta-feira.
“Já estamos na fase de implantação, as obras já estão bem adiantadas e a documentação exigida nas normas foi aprovada, com a liberação de laudos técnicos do Corpo de Bombeiros, Crea e prefeitura.”
Ele ressaltou que o posto será comercial com venda no varejo e atenderá com preço de mercado local.
“Este posto móvel será para atendimento emergencial pela circunstância que Pacaraima vive hoje e vai funcionar até ser revista a questão da abertura da fronteira”, afirmou.
INVERTIDO – Já o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pacaraima (Acep), João Kleber, destacou que com a inauguração do posto se encerra a venda clandestina de gasolina que chegava a custar R$ 7 o litro adquirido em Boa Vista e R$ 4 o da Venezuela.
“O contrabando estava invertido e agora a gasolina vinha de Boa Vista para ser vendida em Pacaraima. Era comum ver caminhonetes com corotes e tambores subindo a serra para vender o combustível em Pacaraima”, afirmou.