Cotidiano

Prefeitura de Amajari decreta situação de emergência

Objetivo é requerer recursos para auxiliar a população afetada pelos incêndios na região

A Prefeitura de Amajari decidiu decretar situação de emergência em razão do impacto financeiro e social provocado pelas queimadas no município. A medida foi definida ontem, 23. A prefeita do município, Vera Lúcia, viajou na madrugada para Brasília a fim de viabilizar a entrega da documentação à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil para fins de reconhecimento.

Segundo a gestão municipal, o objetivo é requerer recursos para reconstruir pontes que tenham sido destruídas por essas queimadas, solicitar apoio de Forças Federais para combate aos incêndios e auxílio humanitário às comunidades mais carentes que tenham perdido as condições de subsistência, como pequenos produtores, agricultura familiar e comunidades indígenas.

Outra demanda é de pedir a intensificação de ajuda ao município pelo Governo de Roraima naquilo que couber ao poder executivo e de acordo com a capacidade de recursos logísticos, tendo em vista a situação de calamidade financeira enfrentada pelo Estado.

A coordenadora de Defesa Civil do Município, Chaguinha Soares, explica que as queimadas tem causado muito impacto na região, em especial, no desenvolvimento econômico da região. “Nós tivemos pontes queimadas e percas de plantações de limão, laranja, mandioca, todas perdidas. O Município não consegue mais dar uma resposta sozinho”, afirma. “O Município já tem mais de 40% da sua área queimada”, completou.

A coordenadora afirma ainda que o Amajari já vem gastando recurso próprio, custeando todas as ações de resposta devido às queimadas. “Até as equipes do Corpo de Bombeiros que estão lá, cada equipe com quatro combatentes é recurso próprio. Toda a hospedagem de alimentação, hospedagem e combustível fica por conta da Prefeitura, além da nossa própria equipe de Defesa. Então, precisamos desse apoio financeiro”, ressaltou.

A prefeita de Amajari ressalta que nem só os prejuízos materiais que preocupam a gestão municipal. “Temos também os prejuízos ambientais como a perda de muitos animais silvestres. Agora, temos o incêndio atingindo e avançando sobre a Serra do Tepequém, principal ponto turístico da região e um dos maiores do Estado”, elencou Vera Lúcia.

AVALIAÇÃO – De acordo com o coronel Cleudiomar Ferreira, diretor executivo da Defesa Civil Estadual do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), a situação no Amajari é a mais crítica dentre os demais municípios nesse momento, desde que os incêndios iniciaram com maior intensidade no Estado, em meados de 05 de fevereiro.

“Desde então há combates todos os dias. Os prejuízos aos produtores grandes e pequenos já são de grande monta. Os projetos de assentamentos estão em penúria. E ainda assim há pessoas fazendo novas queimadas”, afirmou o diretor.

Ferreira afirma ainda que outros municípios com registros de grandes incêndios são Cantá, Iracema, Mucajaí, Uiramutã e Caracaraí. O coronel explica que no Cantá e no Uiramutã há brigadas voluntárias dos próprios municípios, além das brigadas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama atuando nas comunidades indígenas.

Para os demais, a Defesa Civil conta com bombeiros sediados em Boa Vista, Pacaraima, Caracaraí e Rorainópolis. “Assim, as equipes desses locais se deslocam para o combate aos incêndios, sempre que necessário”, completou. (P.C.)