Política

Governo recebe técnicos para analisar planos de Bem-Querer

Expectativa é que até 2027 hidrelétrica esteja implantada se equipe técnica da EPE concluir pela viabilidade do empreendimento

Representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estiveram recentemente em Roraima para apresentar ao governador Antonio Denarium (PSL) os planos para a Usina Hidrelétrica (UHE) Bem-Querer, no Rio Branco. A EPE, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), é responsável pela elaboração de estudos que subsidiam o planejamento do setor energético. 

A equipe técnica da EPE foi recebida pelo governador e membros do governo estadual, como o chefe da Casa Civil, Disney Mesquita, e o secretário de Planejamento, Marcos Jorge, e explicou o andamento dos estudos de viabilidade técnico-econômica e de impacto ambiental da usina hidrelétrica. 

Os técnicos que estiveram em missão entre os dias 18 e 22 também dialogaram com diversos representantes da sociedade civil apresentando o estágio atual desses estudos e as etapas do projeto.

A usina hidrelétrica está prevista para ser implantada no Rio Branco no município de Caracaraí em Roraima. 

A área diretamente afetada pela usina, necessária para implantação do reservatório, canteiro de obras, linha de transmissão e outras estruturas compreende os municípios de Bonfim, Boa Vista, Caracaraí, Cantá, Iracema e Mucajaí. Caso seja construída, a Usina Hidrelétrica Bem- Querer terá uma potência instalada de 650 MW (megawatts) e fará parte do Sistema Interligado Nacional, ampliando a oferta de energia na região e no Brasil.

O secretário Marcos Jorge de Lima, em conversa com a Folha, contou que a equipe realiza este trabalho desde 2007 para a possível implantação da Usina Hidrelétrica Bem-Querer.

“Estão agora na fase de elaboração do estudo de impacto ambiental e promovendo consultas públicas verificando nesse estudo quais são as regiões e municípios afetados pelo empreendimento, caso ele seja levado adiante. Então, a reunião girou em cima dessas explicações das fases e do início dos estudos de inventário para hidrelétrica.”

Segundo Marcos Jorge, provavelmente até 2027 Roraima terá a hidrelétrica implantada se a equipe técnica concluir pela viabilidade do empreendimento.

“Depois, virá a autorização do órgão licenciador ambiental, no caso o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Ibama. Eles deixaram claro que é um empreendimento a longo prazo para o País, pois a energia gerada não seria utilizada apenas em Roraima, mas também retroalimentaria o sistema energético nacional”, concluiu Marcos Jorge.

POTENCIAL – Em 2011, a EPE concluiu a elaboração dos estudos de inventário hidrelétrico da bacia do Rio Branco, que identificaram um potencial de geração de energia hidrelétrica de 1.049MW. Tendo em vista a atratividade da UHE Bem-Querer indicada no inventário, houve interesse em dar prosseguimento aos estudos, passando à etapa seguinte de análise da viabilidade técnica, econômica e ambiental, na qual será possível obter um detalhamento maior das características da usina.

IMPACTO AMBIENTAL – O Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) e de viabilidade da Usina Hidrelétrica Bem-Querer estão sendo feitos pelo Consórcio Walm-Biota e a MRS Estudos Ambientais Ltda. é a responsável pelos Estudos do Componente Indígena (ECI). 

O EIA/Rima tem por objetivo avaliar os impactos ambientais da usina e propor medidas e programas socioambientais para evitar, reduzir ou compensar os impactos negativos e potencializar os positivos. O órgão ambiental responsável pelo licenciamento, no caso o Ibama, avalia o EIA/Rima, consulta os órgãos envolvidos e ouve a população em audiência pública. Caso o projeto da usina hidrelétrica seja considerado viável, o Ibama emite a Licença Prévia (LP). Com a LP, a usina hidrelétrica pode ser ofertada no leilão de contratação de energia para o Sistema Integrado Nacional (SIN).

OUTRAS USINAS – Além da Usina Hidrelétrica de Bem-Querer, os estudos de inventário hidrelétrico da bacia do Rio Branco podem sugerir a construção de outras três usinas hidrelétricas de pequeno porte no rio Mucajaí. Os projetos são de longo prazo de implantação e o potencial é superior a 700 MW.

LEILÃO – O leilão de fontes de geração marcado para maio vai elevar a oferta de energia elétrica ao Estado. O Ministério de Minas e Energia definiu que o leilão será disputado por projetos de fontes renováveis eólicas e solares, combinadas com armazenamento em baterias, e termelétricas a gás e óleo combustível. 

Já foram cadastrados mais de 150 projetos para o leilão de maio, e as propostas estão em análise para habilitação técnica. O leilão já tem 156 projetos inscritos de biomassa, energia fotovoltaica e energia eólica.