Cotidiano

Novo líder do governo afirma, governistas devem chegar a 22

Parlamentar destacou que os interesses de Roraima devem estar acima das ideologias partidárias e disse que pretende formar um bloco unânime na Assembleia

“Temos 21 deputados na base aliada e queremos ter unanimidade”. A declaração foi dada pelo deputado Soldado Sampaio (PCdoB), novo líder do governo do Estado na Assembleia Legislativa. A confirmação da liderança veio do próprio parlamentar na terça-feira (26) em discurso durante a sessão ordinária. Ele substitui Coronel Chagas (PRTB), que entregou a liderança após divergências por causa da reforma administrativa que está sendo feita pelo Poder Executivo. 

“Nós temos hoje conversa direta com 21 deputados e uns estão de fato na base e outros em sinalização no sentido de dar maior governabilidade. Estamos amadurecendo este entendimento e buscamos unanimidade dos 24 deputados para fazer um pacto por Roraima”, disse.

Mesmo sendo de um partido de esquerda, o parlamentar afirmou que aceitou o convite do governador Antonio Denarium (PSL), mesma sigla do presidente Jair Bolsonaro, que é de direita, por entender que os interesses de Roraima devem estar acima de ideologias partidárias. Ele afirmou que o fato de ser líder não o deixa inerte às bandeiras de luta do PC do B, como ser contrário à reforma da Previdência, em pauta na agenda do Congresso Nacional.

“Eu deixei claro ao governador que não abro mão das minhas bandeiras de luta. Sou radicalmente contra a reforma da Previdência para todos os trabalhadores e quando aceitei o convite informei que vou manter minha história de luta em prol dos trabalhadores e as promessas de campanha que fiz. Mas não posso torcer para dar errado um governo que vejo que luta para fazer o certo. Não posso viver à margem do que acontece no Estado em que vivo, onde sei das necessidades que temos. Eu moro aqui e minha família está aqui. Ideologicamente, é uma contradição, mas no sentido de fazer o melhor pelo Estado, temos muito em comum”, justificou Sampaio.

Deputados cobram que governo olhe pelo social

 Vários deputados, em aparte, parabenizaram o parlamentar e desejaram sucesso, mas também cobraram um planejamento e um projeto de governo que tragam desenvolvimento sem esquecer a parte social. 

“O governo precisa avançar no discurso de prosperidade. A fome é mais rápida que a geração de empregos, e as pessoas na periferia estão esperando algo, como o vale-alimentação. São quase R$ 6 milhões [em atraso] e ainda não foi paga nenhuma parcela”, criticou o vice-presidente da Casa, Jânio Xingu (PSB).

O deputado Coronel Chagas (PRTB) também desejou sucesso e aproveitou a ocasião para explicar os motivos que o levaram a deixar a liderança, embora continue fazendo parte da base aliada do governo.

“Pedi para ser substituído por discordar de alguns pontos da reforma administrativa e do cancelamento dos concursos públicos da Segurança Pública, pois Boa Vista é uma das cidades mais violentas do País e a nossa bandeira foi pela realização de concursos públicos”, defendeu.

Oposição ao governo ainda não está formada

Dos três deputados que não fariam parte da base do governo ou não estariam em negociação, fontes da Folha de Boa Vista citaram os deputados Dhiego Coelho e Renato Silva, atual corregedor da Assembleia. Em conversa com a Folha, Silva disse não ter interesse por enquanto em diálogo com os governistas. 

“A oposição não tem base formada, pois a maioria se aliou ao governo e os que restaram não são bem oposição, apenas têm independência de mandato. Sou independente e, no momento que o Estado vive hoje, ser oposição ou situação é o que menos importa para mim”, disse.

A reportagem tentou contato com o deputado Dhiego Coelho, mas até o fechamento da matéria ele não retornou. O espaço está aberto.

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