O autônomo Mário da Silva Nascimento, de 36 anos, foi morto em decorrência de espancamento depois de ter os braços e pernas amarrados. O corpo foi deixado em cima da cama de uma residência na Rua Vicente Pereira de Araújo, bairro Getúlio Vargas, no Bonfim, região Leste do Estado.
Quem encontrou o cadáver, na tarde de sábado, 30, foi o dono da casa, que é professor e estava chegando de viagem. Ele contou na delegacia que a porta da frente de sua residência estava apenas encostada e deu falta apenas da bicicleta da vítima, supondo que o caso não se tratava de um latrocínio (roubo seguido de morte), considerando que o imóvel não foi revirado.
No mesmo instante, o professor notou que um venezuelano, conhecido como Jhon, que morava na casa havia um mês, não se encontrava no local, o que fez com que levantasse suspeitas. Além disso, a mochila e os documentos pessoais do estrangeiro não foram encontrados nas dependências da casa.
Policiais que atuam naquele município acionaram a Perícia Criminal e o Instituto de Medicina Legal (IML).
O corpo foi removido para Boa Vista e chegou à sede do IML na noite do sábado. Na manhã de ontem, dia 31, foi submetido ao exame cadavérico e liberado pela família para ser sepultado. Como a vítima morava em Bonfim, o corpo deve ser enterrado naquele município.
A reportagem da Folha conversou com o titular da Delegacia de Bonfim, delegado Alberto Alencar, que disse a vítima morava com o dono do imóvel.
“Pelas características, observando como a vítima foi morta, percebemos que esse caso foi uma execução. Pode ver que o homem está amarrado. Estamos imaginando que a morte tenha alguma relação com entorpecentes ou com facção criminosa, porque nada justifica essa barbárie”, destacou Alencar.
O inquérito policial para investigar o homicídio foi instaurado. “Os agentes já estão em campo para tentar descobrir quem foi o autor do homicídio, sendo que um venezuelano é o suspeito. Depois que a perícia virou o corpo e fez uma análise junto com os agentes da delegacia, não constataram nenhuma perfuração à faca. A vítima estava com diversos hematomas de pancadas na cabeça e com um pano enrolado nela e o travesseiro por cima”, esclareceu o delegado.
Alencar ainda explicou que a cena do crime demonstra que a briga pode ter começado na cozinha, na entrada da porta do banheiro, reforçando a ideia de que tiraram a vítima de dentro do cômodo, amarraram seu corpo e mataram em cima da cama.
“Deram muita porrada e a vítima morreu praticamente sufocada pelo próprio sangue por conta da pancada no rosto. Pode ter sido mais de uma pessoa que cometeu o crime motivado por relacionamento amoroso. A vítima largou a esposa há dois anos para morar com o professor, que trouxe esse venezuelano de Boa Vista para morar na casa. O professor foi para Boa Vista de manhã e, quando voltou à tarde, encontrou o corpo. Do professor, sumiram um notebook e algumas joias. A vítima sentia muito ciúmes do professor. Pelos indícios, o caso pode ter relação com drogas, facção ou relacionamento amoroso. Ainda estamos apurando”, concluiu o delegado.