O Brasil registrou crescimento na abertura de microempresas nos últimos meses, no mesmo ritmo que também tem aumentado o número de desempregados no País. O brasileiro sempre busca alternativas para fugir da crise e conseguir uma renda. A Folha foi às ruas saber o que pensa a população sobre a criatividade somada à força brasileira que busca alternativas para sobreviver.
Kennuy Monteiro, 20 anos, vendedor
Foto: Nilzete Franco/FolhaBV
“Brasileiro vive em eterno carnaval em todos os meses do ano. Com crise ou sem crise, estamos sempre felizes e sorrindo. É cultural nosso. Já nascemos conscientes de que os dias são difíceis e no governo só se muda o nome do representante, porque os dias de luta são mais longos que os dias de glória. Parado é que não pode ficar. Estagnar e ficar pensando também não são opção. O jeito é ir à luta e explorar todos os recursos disponíveis para sobreviver.”
Sarah Campos, 36 anos, autônoma
Foto: Nilzete Franco/FolhaBV
“A crise, principalmente no nosso Estado, está afetando todos os setores. Não tem emprego para o povo! Eu faço parte das estatísticas de brasileiros que buscam uma vaga de emprego formal, mas não encontra. Estou há um ano à procura. A saída é buscar cursos que ensinem sobre microempreendedorismo com produção de bombons e outros doces, para aproveitar a Páscoa e se mexer.”
Valdernilson da Silva, 44 anos, funcionário público
Foto: Nilzete Franco/FolhaBV
“Hoje, a gente precisa dar um jeito pra tudo, porque se a população for depender das promessas feitas pelos políticos, o resultado é fome e contas vencendo. Brasileiro é criativo, sim, mas tem certa parcela que ao invés de ser solidário com o próximo dando oportunidade de emprego, espaço para mostrar suas habilidades e investir no potencial, prefere é se isolar não compartilhando ideias e ganhando sozinho no setor que descobrir renda. Poderíamos perder esse ‘jeitinho’ malandro e só conservar o da alegria.”
Gisele de Lima, 38 anos, auxiliar administrativa
“Criatividade é tudo o que temos! Roraima já foi uma terra muito mais rica no aspecto de empregos. Gente de fora tem ocupado nossas vagas e até no setor de emprego informal estou vendo que o roraimense fica atrás. A oportunidade de empregos diminuiu bastante, então é ‘levantar’ as mangas e ir pra luta.”
Ivonete das Chagas, 59 anos, professora
“Sempre sobrevivemos à custa de muito trabalho. Está no nosso DNA o jeito criativo, não tem jeito. Pra quem quer viver de forma honesta, explora talentos, revira o classificado dos jornais em busca de emprego, cursos e qualquer oportunidade. O crescimento do microempreendedor é a resposta de como o brasileiro é capaz de descobrir que existem outras ferramentas no mercado de emprego.”
Gilmar Cícero, 32 anos, autônomo
“Até na hora de usar a criatividade para tentar sobreviver, tem político dando um jeito de tirar o trabalhador honesto de pontos usados para comercializar o seu produto. Ao invés de tirar usando a força, deveriam conversar ou elaborar projetos que formalizem essas pessoas. Brasileiro até tenta dar um jeito para se manter vivo, mas o Poder Público faz o possível para que isso seja bem difícil. Ainda tem a questão da concorrência com os estrangeiros que também são criativos e saídos de uma Venezuela em crise. Complicado!”