O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) ofereceu denúncia à Justiça contra quatro agentes da Força Nacional pelo homicídio qualificado do mecânico Marcelo Menezes da Silva, de 29 anos.
De acordo com a denúncia, protocolada nesta quinta-feira, 04 de abril, pela Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, os policias militares Leandro Queiroz de Paulo Souza, Renato da Silva Rodrigues, Bruno Do Vale Pacheco e o cabo do exército, William da Silva Soares, mataram a vítima e fraudaram a veracidade dos fatos, em 23 de dezembro de 2018.
As investigações apontam que os agentes mobilizados para a Força Nacional em Roraima, Leandro e William, que estavam de folga e à paisana, trafegavam pela Rua Leôncio Barbosa, no bairro Tancredo Neves, e, ao avistarem a vítima em uma motocicleta com uma espingarda calibre ponto 36, iniciaram a perseguição e efetuaram, ao menos, quatro disparos de arma de fogo contra o mecânico.
Ainda segundo o Ministério Público, ao verificarem que o jovem estava ferido, ao invés de acionarem o SAMU, pediram reforço aos agentes Renato e Bruno, e levaram o mecânico até um lugar afastado da cidade, quando o executaram com tiros. Somente após constatar a morte da vítima, os agentes levaram Marcelo da Silva para o Hospital Geral de Roraima.
Os denunciados, com o objetivo de escapar impunes, relataram na Delegacia que foram surpreendidos por dois indivíduos em uma motocicleta, que tentaram roubá-los, e por isso desferiram os tiros. Na versão dos militares, um dos homens foi alvejado e caiu ao chão, enquanto que o outro, que conduzia a motocicleta, teria fugido do local.
O MP constatou, por meio de imagens das câmeras de segurança da escola estadual Tancredo Neves, que a versão dos policiais não era verdadeira, pois ficou comprovado que houve perseguição à vítima e ainda, não havia duas pessoas na motocicleta.
Crimes
Os denunciados Leandro Queiroz de Paulo Souza e William da Silva Soares, são acusados de homicídio qualificado mediante meio cruel, emboscada como recurso que dificultou a defesa da vítima, falsificação de declaração com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante e fraude processual.
Já para Bruno Vale Pacheco e Renato da Silva Rodrigues, a acusação do Ministério Público é por homicídio qualificado mediante emboscada, assegurar a impunidade de outro crime, falsificação de declaração com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante e fraude processual.