Polícia

Albergado é morto na frente da família com oito tiros

Adoildo Rodrigues Barreto, de 25 anos, foi morto com pelo menos oito tiros na noite de sábado, 6, dentro do banheiro de casa no bairro Jardim Primavera. O crime aconteceu na presença da mãe, uma irmã e algumas crianças.

Quando os policiais chegaram ao endereço, depararam-se com a mãe da vítima muito nervosa e gritando que seu filho estava morto dentro do banheiro. Ele estava no chão, de barriga para baixo, ensanguentado, com diversas perfurações pelo corpo e sem sinais vitais. A mulher ainda relatou aos policiais que quatro indivíduos, todos de roupas pretas e encapuzados, estavam em um veículo Chevrolet Classic, cor preta, cuja placa não foi identificada.

Dois deles desceram do automóvel, com armas em punho, e entraram na casa. Em conversa com a reportagem da Folha, a mulher disse que segurou um dos assassinos, que não teve reação, enquanto o comparsa foi até o banheiro, mandou que a vítima se ajoelhasse e atirou pelo menos 11 vezes, sendo que 8 tiros acertaram o jovem, 4 deles tiros no peito, 3 nos braços e um na cabeça.

“Eu segurei um deles e disse que, se ele quisesse, poderia me matar, porque eu não sou um dos vagabundos que eles encontravam na rua. Minha filha ainda correu para fora e eles disseram que se ela corresse para tentar impedir, eles iriam matar todo mundo”, contou a mãe da vítima ainda muito abalada.

Além disso, a dona de casa ressaltou que as crianças ficaram extremamente assustadas ao presenciarem a violência. Dez cápsulas deflagradas foram encontradas pela família da vítima e entregues à polícia. O calibre da munição foi identificado. Os policiais perguntaram à família se a vítima pertencia a alguma facção criminosa ou tinha envolvimento com o tráfico e a resposta foi negativa, no entanto, os parentes informaram que Aldoildo já foi usuário de drogas.

Para a Folha, a mãe da vítima declarou que o filho não compartilhou estar sofrendo ameaças e que se ele fez alguma coisa errada foi fora de casa, porque era um bom filho enquanto estava entre os familiares.

Em consulta à Divisão de Inteligência e Captura da Secretaria de Justiça e Cidadania (Dicap/Sejuc), a equipe policial que atendeu a ocorrência descobriu que a vítima tinha passagem pelo sistema prisional e que atualmente estava em prisão domiciliar. A morte foi constatada pelo médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, após a perícia, o corpo foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML).

Na manhã de ontem, 7, ao fim do exame cadavérico, o corpo foi liberado para funeral e sepultamento. O caso está sendo investigado pela Delegacia Geral de Homicídios (DGH), mas ninguém foi preso até o começo da noite desse domingo. (J.B)