A instabilidade energética em Roraima é de conhecimento de todos. Há mais de um mês com abastecimento totalmente feito por termelétricas, após a interrupção com o Linhão de Guri, a qualidade do serviço voltou a ser motivo de reclamação por parte dos moradores em diversos bairros da capital, principalmente no período da noite.
O funcionário público Keferen Paiva já sabe que horas vai faltar energia em parte do bairro Cidade Satélite. Por volta das 22hs até a meia-noite, a região fica completamente no escuro, o que já foi motivo de muitas reclamações para a Roraima Energia, mas não houve nenhuma resposta efetiva.
“Isso é quase todos os dias. E quando ligo para a empresa, às vezes não atendem ou dizem que estão resolvendo, mas é só isso. Há uns dois meses que isso acontece”, reclamou e completou que o custo da conta de energia não diminui e chega a pagar em torno de R$ 200 a R$ 600, principalmente com o aumento da cobrança de iluminação pública.
O problema é bem parecido no bairro Santa Tereza, onde pelo menos de três a quatro vezes por semana falta energia.
“Às vezes, demora pra voltar, coisa de meia hora. A última vez demorou quase uma hora. Eu nem corro atrás disso porque não acho que tem uma solução plausível. Pagamos alto e acontece isso”, lamentou o técnico de informática Lucas Brito.
Foi o que aconteceu também no bairro Silvio Leite, quando a energia caiu por volta das 21h na quarta-feira, 10, problema que ocorre já há pelo menos dois meses, conforme contou o serralheiro Thiago Pedrosa. No Mecejana, a falta de energia chega a durar até 40 minutos pelo menos duas vezes na semana, de acordo com a funcionária pública Maria Silva.
“Geralmente, é depois das 22h. A gente liga para a empresa e eles dizem que a estação tá sobrecarregada. De dia, não falta energia, agora não, é só à noite. Desde março está assim”, pontuou.
OUTRO LADO – Em nota, a Roraima Energia informou que as usinas termelétricas estão em funcionamento 24horas por dia e 7 dias por semana, desde 7 de março, quando houve interrupção do fornecimento pela Venezuela. Diante da operação continuada, há necessidade de paradas para manutenção das unidades geradoras. Ocorre que, em dias com alto consumo de energia, dependendo da quantidade de unidades geradoras em manutenção, há necessidade de interrupção do fornecimento entre 3% e 6% do sistema Roraima.
Ainda de acordo com a empresa, é priorizado o fornecimento às regiões que possuem cargas prioritárias, como hospitais, postos de saúde, clínicas, postos da polícia e bombeiros. Com autorização do Ministério de Minas e Energia, estão sendo tomadas ações para ampliação do parque termelétrico em mais 28,5MW (megawatts), com previsão para entrada em operação até agosto deste ano.
Por fim, a Roraima Energia reafirma seu compromisso de melhoria do fornecimento à população e o desenvolvimento do Estado.